São Paulo, domingo, 07 de julho de 2002

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LULA

DA REPORTAGEM LOCAL

Na infância, o sonho de Luiz Inácio Lula da Silva era virar jogador de futebol. Familiares recordam-se dele dizendo que se tornaria um craque famoso, obviamente do Corinthians, único clube pelo qual se interessava.
Três meses antes de Lula nascer, seu pai, Aristides, deixou a mulher e os filhos em Garanhuns (PE) para trabalhar na estiva do porto de Santos, carregando sacas de café. Somente anos depois é que a família decidiu segui-lo.
"Minha mãe vendeu a terrinha dela por 13 contos. O cara que comprou não pagou tudo. Ficou devendo uns três contos. Minha mãe, então, vendeu o resto que possuíamos. Jegue, retrato, despertador, umas canecas. E a gente foi pegar o pau-de-arara", conta o candidato do PT.
A viagem até o litoral paulista durou 13 dias. "Dormíamos embaixo do caminhão ou ao relento. Para comer: farinha, rapadura e queijo." Ao chegar, os Silva se instalaram em Vicente de Carvalho, bairro pobre do Guarujá (SP).
Logo, porém, a mãe de Lula, Eurídice, descobriu que o marido arranjara outra mulher, coincidentemente uma prima dela, de quem não tinha notícias havia muito tempo.
Nas ruas da cidade litorânea, o futuro presidenciável vendeu amendoim, tapioca e laranja. Tinha 7 anos. Começou a se alfabetizar aos 10. Aos 14, iniciou um curso de torneiro mecânico no Senai do Brás, já em São Paulo.
Lula lembra que o pai pegava a barca em Santos todos os dias com um jornal. Sentado, detinha-se atentamente em cada página. "Mas ele não sabia ler. Só fazia isso porque achava bonito."


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