São Paulo, domingo, 07 de julho de 2002 |
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GAROTINHO DA SUCURSAL DO RIO Antes de se tornar Garotinho, Anthony William Matheus de Oliveira era Bolinha. Na infância e em parte da adolescência, carregou o mesmo apelido do personagem de HQs. A razão: nasceu rechonchudo, com 5,5 kg. Em Campos, sua cidade natal, participou como ator de grupos teatrais. Também escreveu peças engajadas e uma infantil ("A Bruxinha que Mascava Chicletes"). Foi graças ao teatro, aliás, que descobriu o rádio. Em 1975, com 15 anos, quando divulgava suas peças numa emissora fluminense, recebeu convite para fazer teste de locutor. Aprovado, narrou jogos de futebol e corridas de cavalo até ganhar um programa próprio. Virou, assim, o "amigo das donas-de-casa". Divulgava receitas de comidas brejeiras (a "broa da Tia Jô" e a "panqueca da Sinhazinha"), além de declamar poemas. Costumava entrar no ar sob o bordão "Faaaaala, garotinho". Daí surgiu o segundo e definitivo apelido, que o candidato do PSB incorporou ao nome em 1981. Um outro locutor do Rio, José Carlos Araújo, porém, já vinha adotando alcunha idêntica desde a Copa de 1974 -o que provocou disputas judiciais entre os dois. O ex-governador tinha 19 anos quando perdeu o pai, advogado. Logo depois, a mãe caiu em depressão e precisou ser internada. Garotinho resolveu, então, morar com o parente que mais admirava: o avô materno, Nahim Matheus, um mascate libanês. De acordo com amigos, manifestou desde cedo não só o desejo de se eleger presidente da República, como também a faceta messiânica. Dizia almejar o cargo por sentir-se no dever de salvar o país. Texto Anterior: Serra Próximo Texto: Ciro Índice |
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