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BEM PARA LÁ
Marsilac e Parelheiros elogiam sossego
Os dois distritos mais afastados do centro exaltam ausência de trânsito e dão boas notas para qualidade do ar e segurança
JOÃO PEQUENO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Moradores de Marsilac, distrito mais distante da região
central, a 55 km da praça da Sé,
destacam inusitadas descrições
para a quarta maior cidade do
mundo: ausência de poluição
-principal ponto positivo para
38%-, qualidade do ar (nota
9,3), conservação das áreas verdes (8,8), silêncio (8,5) e não
ocorrência de trânsito (7,4).
De seu bar em frente à praça
Maria Nazareth da Costa, o comerciante Antonio Bertini dos
Santos, 64, acostumou-se a ouvir, "a cada 15 minutos", o barulho dos ônibus. "Não precisa
mais esperar uma hora, como
há até um ano e meio", afirma
ele, após a criação de linhas para os terminais Parelheiros e
Varginha, onde há integração
para o centro e outros bairros.
O comerciante comemora
um sutil progresso, com melhorias que, segundo ele, não
geraram efeitos colaterais, como a poluição -"graças à área
de proteção [ambiental Capivari-Monos, criada pela prefeitura em 2001]".
Já Antonio Rosa, 53, caseiro
de um sítio no Embura do Alto,
diz que há seis anos não vai "à
cidade" -para ele, a Cidade
Dutra, ainda no extremo sul, da
qual tem como lembrança "o
cheiro ruim do rio [Jurubatuba]". Em frente ao sítio, a estrada da Ponte Seca leva ao Parque
Estadual da Serra do Mar, onde
é possível ver o mar de um mirante, após percorrer 13 km entre sítios onde se criam até
avestruzes e meia hora de trilha
a pé, até o limite com a cidade
litorânea de Itanhaém.
Melhorias
O ambiente também é bem
avaliado em Parelheiros, que
registrou notas altas para a
qualidade do ar (7,6) e para a
ausência de trânsito (7). Segundo distrito mais afastado do
centro, o local é aquele onde
mais moradores (71%) acham
que a vida melhorou nos últimos cinco anos na região.
Problemas antigos vêm melhorando, segundo os moradores do distrito, mais urbanizado e bem mais povoado -134
mil, segundo a Fundação Seade. O alívio vem do recapeamento do asfalto, "que era mais
retalhado que roupa de palhaço", segundo Wilson Miranda,
44, e do terminal, organizando
os ônibus, que "antes paravam
cada um num lugar", diz a comerciante Alcione da Silva, 33.
A Cetesb (Companhia de
Tecnologia de Saneamento
Ambiental) não mede poluentes em Marsilac, e a estação Parelheiros fica, apesar do nome,
no Grajaú. A gerente de qualidade do ar da companhia, Maria Helena Martins, afirma, porém, que locais com baixa circulação de veículos tendem a
ser menos poluídos.
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