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CIDADE DOS SONHOS
Represa Guarapiranga teria parque aquático
Anel viário percorreria as margens da represa, onde haveria ainda locais de lazer e sistema de tratamento de esgoto
Ilustração Jubran
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DA REPORTAGEM LOCAL
O homem que vislumbrou a
transformação de uma área alagadiça em uma das principais
regiões comerciais de São Paulo continua apostando na expansão da cidade rumo ao sul.
O arquiteto Carlos Bratke,
que projetou ao menos 62 dos
edifícios da avenida Luís Carlos
Berrini, no Brooklin, acredita
que o entorno da represa Guarapiranga, no extremo sul, pode
se tornar um novo ponto de
adensamento de São Paulo.
"O encaminhamento está indo para lá mesmo, A Berrini já
está quase esgotada. Tem a
operação Água Espraiada ainda, que chega quase até a represa e poderia continuar", afirma.
A proposta de Bratke é criar
uma forma de lazer gratuito para a população de baixa renda
combinada a um sistema de saneamento e complexo turístico. Ao redor da represa, seria
criada uma avenida que também funcionaria como um anel
coletor dos afluentes poluídos,
centralizando o tratamento da
água. Ao longo do anel, Bratke
propõe a criação de bairros em
forma de baía ou tipo marina,
de praias artificiais e de uma
área com edifícios de escritório.
Haveria ainda um pólo turístico, com parque e museu. "Poderia ser explorado esse tema
da água", diz Bratke, sugerindo
a criação de um parque aquático, um museu náutico e de um
centro de pesquisa ecológica. A
verba, que ele não chegou a estimar de quanto seria, poderia
vir das empresas que se instalassem no local.
Outro atrativo da região seria
a instalação de um aeroporto
nas imediações, que operaria
vôos domésticos e desafogaria
o tráfego dos aeroportos de
Congonhas e Cumbica.
Ocupação
Boa parte do problema de saneamento da região está ligada
à ocupação irregular dessas
áreas. "O que está acontecendo
é que o que a gente chama de
migração intra-urbana, que esvazia o centro e enche a periferia, particularmente as áreas
proibidas", afirma Maria Lúcia
Refinetti Martins, do Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos da FAU-USP
(Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo).
"O problema da área de mananciais, particularmente da
Guarapiranga, é que vem de lá a
água que a gente bebe. Se vai esgoto para lá, até um determinado limite você tem como tratar;
passando disso, não tem mais o
que fazer", diz a urbanista.
Para combater o problema,
ela afirma que se deve atuar
tanto nas áreas ocupadas, tratando o esgoto local, quanto
criando formas de adensar
áreas já dotadas de infra-estrutura.
(MARIANA BARROS)
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