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CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
Sistemas de computadores são os "pacientes"
DA REPORTAGEM LOCAL
Em um final de semana, em caso de emergência, o bip de Leonardo Pereira Guimarães, 26, toca. Ele, então, interrompe o que
estava fazendo, verifica o problema e, se preciso, vai trabalhar.
Não, Guimarães não é médico,
mas cientista da computação.
Seu "paciente" é o sistema de
computadores da empresa Certsign, no Rio de Janeiro, onde trabalha como analista de suporte e
de operações. Para evitar as "cirurgias", o mais importante de
seu trabalho são os exames de rotina. Diariamente, ele segue um
roteiro de verificações da infra-estrutura da rede. Ele também providencia reparos antes que problemas mais graves no hardware e
no software aconteçam.
Parte dessa rotina de verificações é feita automaticamente por
meio de softwares desenvolvidos
pela equipe. Um desses programas envia as mensagens sobre os
problemas por bip ou por e-mail.
"Mesmo não estando presentes,
temos de ficar alertas. Ainda que
não haja problema, a máquina
manda mensagens de o.k., já que
pode ocorrer algo com o próprio
sistema de envio automático."
A produção desses programas,
segundo ele, é uma das poucas
funções de programação de
softwares exercidas por ele, apesar de ter sido preparado na faculdade para executar essas tarefas.
Outra possibilidade de atuação
na carreira, de acordo com ele, é a
análise de sistemas, que verifica as
necessidades de um cliente e desenvolve a estrutura e os fluxos de
um programa de computador para resolver essa demanda. O programador, então, é o responsável
por pegar essa estrutura e transformá-la em um programa.
"Prefiro trabalhar com operações, porque tenho controle de todo o sistema. Aqui, posso conhecer cada linha dos códigos dos
programas, saber como eles foram feitos e como funcionam."
Ele também verifica diariamente os chamados logs dos computadores, que registram todas as
atividades da máquina.
Outra função é comprar e instalar novos equipamentos e programas. Para isso ele tem de ficar
atento às inovações na área.
A capacidade de aprender sozinho também é importante. "Na
faculdade, temos uma disciplina
que mostra os fundamentos gerais de todos os sistemas, mas sem
entrar em detalhes de nenhum
deles. Tive de aprender sozinho o
Solaris [com o qual trabalha]."
Segundo ele, a faculdade também o ajudou a desenvolver o raciocínio lógico. "Os dois primeiros anos foram praticamente só
matemática. Apesar de não usar
cálculo diretamente no cotidiano,
por exemplo, uso a lógica que foi
desenvolvida."
(AN)
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