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DROPS DE ANIS
Consolação é reduto dos cinéfilos da cidade
O passeio é feito ao menos uma vez por semana por 22% dos moradores do distrito; acesso fácil e localização contribuem para a diversão
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os moradores da Consolação
vão, em média, quase cinco vezes mais ao cinema do que os
habitantes do resto da cidade,
segundo a pesquisa Datafolha.
De todos os entrevistados no
distrito, 22% afirmaram fazer
este tipo de programa ao menos uma vez por semana -enquanto, na região, a média é de
7% e, em São Paulo, de 5%.
Em uma cidade em que 53%
não costumam sair para assistir filmes, o número de não freqüentadores de cinemas da
Consolação chama a atenção:
apenas 16%. Na região central
46% dizem não ter esse hábito.
"Eu venho ao cinema mais de
uma vez por semana, certamente", conta a aposentada
Maria Inês Oliva, 67, enquanto
procura o próximo filme que
irá assistir na rua Augusta (que
fica no distrito da Consolação).
O distrito é a área da cidade
que abriga a maior quantidade
de salas de cinemas (36), segundo dados da prefeitura. É lá
que se concentra hoje boa parte
do circuito de filmes alternativos da cidade, ao lado da Bela
Vista, com 12 salas - distrito
que ficou em terceiro no ranking dos que mais vão ao cinema: 10% entram na fila para
uma sessão pelo menos uma
vez por semana. O segundo lugar ficou com Santa Cecília,
com 14%.
O grande número de salas faz
com que os cinemas da região
sejam freqüentados por pessoas de vários locais da cidade,
como o também cinéfilo Jonilson Nobre Montalvão, 34, dono
de um sebo de livros e discos no
Itaim Paulista (zona Leste).
Morador do Brás, ele sabe de
cor os melhores horários e preços de cada sessão de cinema na
região. Segunda-feira é dia de
HSBC Belas Artes; as quintas
ele passa no Espaço Unibanco
(ambos no distrito da Consolação). E ele ainda fica atento às
sessões gratuitas que acontecem no Centro Cultural Banco
do Brasil (no distrito da Sé).
"Faltam atividades culturais
no Brás [o bairro deu a menor
nota da região para o quesito,
3]", diz Montalvão, que costuma ir a pé aos cinemas. "Gosto
de andar pelo centro e ver as
construções, que podiam ser
mais bem cuidadas", diz.
Localização
Além da oferta de salas, a localização é outro atrativo para
os cinéfilos. Morar em um local
que é fácil de chegar e está perto de tudo é o segundo quesito
mais elogiado por quem vive na
área central (15%), atrás apenas
do comércio local (30%).
"O acesso ao cinema aqui é
mais fácil", diz a aposentada
Maria Inês. Além da proximidade de sua casa, ela ainda elogia a qualidade dos filmes exibidos na região -geralmente diferentes dos do circuito comercial- e o fato de os cinemas serem na rua e não em shoppings.
"Dá mais gosto da gente entrar
em um cinema assim. Eles são
como os de antigamente, que
ficavam no centro da cidade",
diz ela, listando os cinemas que
freqüentava na adolescência.
Centro
Foi na região central de São
Paulo que o cinema viveu seus
anos de maior glamour. Em salas com capacidade para mais
de mil pessoas e telas suntuosas, era necessário traje de gala
para assistir aos filmes, lembra
a aposentada.
Nos últimos anos, os cinemas dessa época não resistiram
à concorrência e à falta de público e fecharam as portas. O
último a encerrar as atividades,
em agosto de 2007, foi o Cine
Marabá, na avenida Ipiranga.
Meses antes, um dos cinemas mais tradicionais da cidade, o cine Paris, mudou a programação para filmes pornôs.
(TB E JP)
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