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Vida noturna intensa atrai investidores do setor de bares
Mercado, que reúne 1.793 estabelecimentos, cresceu 30% em apenas dois anos
Com público diversificado, que inclui boa concentração de universitários e alto poder aquisitivo, a sofisticação dessas casas é favorecida
DA FOLHA RIBEIRÃO
Uma vida noturna intensa
faz de Ribeirão um cidade
atraente para público e empresários do setor de bares. São
1.793 estabelecimentos, num
mercado que cresce mais que a
população e que, em somente
dois anos, avançou 30,21%.
São 588 bares e mercearias,
seguidos de 412 lanchonetes,
334 bares com copa quente e
252 restaurantes -sem contar
churrascarias, pizzarias e choperias. Os que se destacam estão localizados na zona sul.
"A vida noturna em Ribeirão
sempre foi muito comentada
em toda a região. O público é diversificado, temos um setor
universitário muito forte, que
acaba trazendo outras opções,
como festas, além de uma
clientela com poder aquisitivo
significativo. Isso atrai investidores", afirmou Carlos Frederico Marques, presidente do
Sindicato de Hotéis, Bares,
Restaurantes e Similares de Ribeirão Preto.
O crescimento, de acordo
com dados da Secretaria da Fazenda de Ribeirão Preto, foi de
52 estabelecimentos no ano
-estão em funcionamento, segundo a prefeitura, 1.268 bares
e restaurantes.
A partir da década de 90, teve
início a sofisticação dos bares.
O Vila Dionísio, inaugurado há
três meses, é um exemplo dessa
sofisticação. Oriundo de São
José do Rio Preto, chegou a Ribeirão apostando nos diferenciais do estilo pub, das cervejas
do mundo inteiro e do rock.
Com investimento de R$ 800
mil -entre obras, instalações,
treinamento e legalização-, o
pub tem mais de 200 rótulos de
cervejas industrializadas e artesanais de 18 países, cujos preços variam de R$ 2,10 a R$ 300.
De acordo com Ronaldo Castro Couto, um dos sócios da casa, antes de decidir abrir o bar
em Ribeirão Preto, o grupo visitou a cidade de forma sistemática por dois anos para conhecer o público, locais e o que a cidade oferecia no setor.
Além disso, foi feito um estudo para saber a renda per capita, como as pessoas consomem
e a dinâmica de preços dos estabelecimentos da cidade.
"Apesar de as cidades serem
diferentes, têm muita coisa em
comum, como a cultura sertaneja. Se em Rio Preto encontramos um público bom para a
nossa proposta de ser um bar
com a maior número do marcas
de cervejas no interior, um ambiente fechado, com música diferente, por que não investir
em Ribeirão, onde identificamos um público maior e com o
diferencial de consumir
mais?", questionou Couto. Segundo ele, o estudo detectou
muitas opções de bares no município, mas todas com um perfil muito parecido.
Ainda avaliando o mercado, o
empresário e produtor de eventos Fabiano Tamburus, que
trouxe para Ribeirão Preto festas como a Pacha e Sirena, disse
acreditar que a cidade seja um
termômetro para a implantação de negócios. "O público de
Ribeirão ainda tem uma resistência a novidade, mas muitas
pessoas são viajadas, conhecem
coisas boas e acabam influenciando outras pessoas. Posso
dizer que a cidade é piloto para
investidores. O que vai bem
aqui vai bem em qualquer outro lugar", afirmou Tamburus.
Lucro
Para Marcos Vinícius Oseas,
que é administrador de três bares em Ribeirão Preto, o mercado já foi mais lucrativo e o perfil
do público da noite também
mudou.
"Hoje o público prefere um
ambiente mais fechado e menos exposto. Parece ser um negócio fácil de tocar, o que é uma
ilusão. É um negócio muito caro, que exige administração 24
horas por dia e uma estrutura
muito forte. Em somente uma
das casas que dirijo a folha de
pagamento chega a R$ 35 mil",
afirmou Oseas.
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