São Paulo, quinta-feira, 19 de junho de 2008

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"Vitrine" define abertura e fechamento de casa noturna

Apesar do clima propício para balada, bares têm vida curta na cidade, diz sindicato

Dissolução de sociedade também interfere; nesta década, pelo menos 20 bares e casas noturnas badaladas já fecharam


DA FOLHA RIBEIRÃO

Dois anos. Apesar do clima quente, propício para curtir a noite, esse é o tempo médio entre a abertura e o fechamento de uma casa noturna ou bar de Ribeirão Preto. Entre os motivos para isso estão o erro de foco ou a estratégia de criar um bar de curta duração.
O fenômeno do abre-e-fecha, que já vitimou ao menos 20 bares badalados nesta década na cidade, é explicado também pelo efeito "vitrine".
"Ninguém procura um bar para ficar escondido. Na maioria das vezes, o cliente quer movimento, quer um local com visibilidade, além de querer conhecer lugares diferentes e que oferecem novidade. Isso é crucial para definir a abertura e o fechamento de alguns locais", disse Carlos Frederico Marques, presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Ribeirão.
Entre os bares e casas noturnas que fecharam estão Swingers, Dot, The Club e Georgia. Para Marcos Vinícius Oseas, administrador de três bares em Ribeirão, há, também, os "bares da moda", que abrem, explodem e depois vêem seu público migrar para um novo lugar.
"É um movimento que pode ter duas características: ou o bar tem o fator do novo, se torna o "point", e depois vê o movimento cair, ou ele já foi foi pensado para ser um bar da moda. No primeiro caso, o dono deve estar preparado para passar pelo declínio, até se estabilizar. No segundo, a intenção é exatamente tentar o máximo do lucro enquanto o bar está "na moda'", afirmou Oseas.
Ele disse preferir ser "sólido" a ser "da moda". "Bares e restaurantes com dez anos não fecham mais. São tradicionais e têm história, o que é legal para o estabelecimento, para a cidade e também para o público."
Para Marques, as dissoluções de sociedade são outro empecilho para o desenvolvimento do setor -como a montagem de um bar é cara, muitas vezes há sociedades de até mais de cinco pessoas. Isso faz com que ele feche, mude o ramo de atuação ou mude de nome.
"Alguns restaurantes, depois do boom, quando começam a declinar, fecham. Como o dono já está habituado, investe em outro local e vai buscando a clientela. Em outra situação, como muitas empresas são de grupos, quando acaba, o bar pode não fechar, mas muda o nome em razão da mudança no quadro de donos." (FERNANDA CICILLINI e MARCELO TOLEDO)


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