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ENGENHARIA
Energia alimenta campo de trabalho para engenheiros
Crescimento econômico fomenta a demanda, mas ainda faltam profissionais qualificados
GIOVANNY GEROLLA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A demanda crescente por novas tecnologias no setor energético abre bons campos para o
engenheiro que se especializa
em assuntos tão diversos quanto a bioquímica da cana-de-açúcar e o impacto ambiental
de uma usina hidrelétrica.
Alguns temas são tão complexos que pedem uma equipe
de diferentes especialistas. Para extrair petróleo de águas
profundas, por exemplo, reúnem-se um engenheiro mecânico, um civil, outro de materiais, um de minas e, talvez, um
especialista em eletrônicos.
Já quem aposta no biodiesel
produzido do bagaço da cana-de-açúcar -o engenheiro químico- deve ser bom conhecedor de bioquímica, dos microorganismos e de seus processos enzimáticos.
Quando se fala em construir
hidrelétricas, as obras só são
aprovadas após sinal positivo
do engenheiro ambiental, que
deve ter know-how para prever
impactos aos recursos naturais
e até humanos.
O novo profissional das engenharias é o típico curioso por
vários ramos das ciências. "As
diversas engenharias se misturam", avalia Ericksson Almendra, diretor da Escola Politécnica da UFRJ (Universidade
Federal do Rio de Janeiro).
"Tem que conhecer um pouco
de todas e, principalmente, ter
uma base sólida em física e matemática", completa.
Sem destacar uma área mais
promissora, ele acredita que a
de materiais, a de metalurgia e
a ambiental tenham bom futuro no mercado.
Qualificação
Gigante do setor, a Petrobras
está de olho em engenheiros de
minas e químicos, além dos especializados nas áreas de construção civil, ambiente, engenharia naval e segurança.
"Estimando-se que para cada
US$ 1 milhão investido cria-se
um posto de trabalho para engenheiro, ela precisará de 200
mil novos politécnicos, segundo previsões para os próximos
anos", calcula José Roberto
Cardoso, vice-diretor da Escola
Politécnica da USP (Universidade de São Paulo).
A empresa não revela quantos profissionais recrutará,
mas estima que até 2012 deve
contratar quase 5.000 engenheiros. "O número se atualiza
quando novas jazidas são descobertas", explica Mariangela
Mundim, gerente de planejamento de RH da empresa.
Para ficar com uma das novas vagas das companhias do
setor, será preciso se atualizar
com as áreas alimentadas pelo
crescimento econômico. "Em
pesquisa com grandes empresas, ficou evidente o gargalo na
mão-de-obra qualificada como
uma razão para não investirem
em pesquisa e desenvolvimento", diz Sergio Queiroz, professor do departamento de política científica e tecnológica do
Instituto de Geociências da
Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
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