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COPA DE 1994
Eduardo Knapp - 29.jul.94/Folha Imagem
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Rico, filho de Teixeira, faz as vezes de tetracampeão e agita bandeira em Congonhas (São Paulo), festa com dez dias de
atraso |
Detalhes, tetra, São Paulo
A Copa do Mundo de 1994, nos
EUA, era estratégica para Ricardo
Teixeira. O dirigente precisava
neutralizar as inúmeras críticas e
apresentar o título para justificar
um novo período à frente da CBF.
Os erros de 1990 não se repetiram. Teixeira se empenhou na
campanha, cuidou até dos detalhes, como o de colocar o capitão
do time, Dunga, para dividir o
quarto com o atacante Romário.
A idéia era que o primeiro, homem reto, vigiasse o segundo.
Só falhou uma vez. Em uma folga, uma mulher teve acesso ao
quarto. Dunga fingiu que não viu
e foi para a rua passear. Romário
foi o destaque da Copa.
Com o título na mão após a cobrança de pênaltis contra a Itália,
os cartolas da CBF comemoraram
efusivamente. Ainda na sala vip
da estádio, levaram o tenor Plácido Domingo, que, embalado por
alguns drinques, cantou o hino
brasileiro. Na chegada ao hotel da
delegação, Marco Antonio Teixeira, tio do presidente e seu homem
de confiança na CBF, se envolveu
em uma confusão com jornalistas
de São Paulo, que ele acusava de
torcerem contra a seleção -agrediu um repórter do "Jornal da
Tarde" após discussão verbal.
A pendenga foi longe. Na volta
ao Brasil, marcada pelo episódio
do "vôo da muamba", a CBF simplesmente dispensou a passagem
pela cidade -fez escalas em Recife, Brasília e Rio- , o que gerou
indignação de torcedores, mídia e
políticos locais. Ao então governador, Luiz Antônio Fleury Filho,
Teixeira alegou "falta de tempo e
o cansaço dos jogadores". O time
tetracampeão acabou por desfilar
em São Paulo. Dez dias depois.
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