|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CAMPANHA
Ex-presidente e candidato tucano marcaram encontro em sinagoga, mas FHC não gravará depoimento para campanha
FHC estréia ao lado de Serra e critica "acusações'
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Numa estratégia acertada na
véspera, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) entrou ontem, pela primeira vez, na
campanha do tucano José Serra à
Prefeitura de São Paulo.
Serra e FHC programaram o encontro na noite de sexta-feira. E,
num momento em que Serra reconhece que o "segundo turno será uma parada", a fotografia
aconteceu na frente de uma sinagoga no bairro de Higienópolis
(região central), depois de FHC
esperá-lo por mais de 20 minutos.
Diante da sinagoga, ainda usando um kipar na cabeça, FHC criticou a linha ofensiva adotada pelos
adversários na campanha, afirmando que "a acusação sem base
pega mal para ao povo". Segundo
o ex-presidente, "o povo não quer
acusação, acusação, acusação. O
povo quer ver realizações".
Sem citar a sigla PT, cabeça da
coligação contra a qual ele pediu
um direito de resposta, FHC disse
que teve de reagir na Justiça contra distorções e violência. E acrescentou: "Não precisa ficar fazendo publicidade, trazendo marqueteiro e fazendo muita confusão, nem ficar acusando os outros
sem base. O povo sente quando a
pessoa é competente. É o caso do
Serra. Não precisa propaganda:
basta olhar".
A cartada foi lançada num cenário de empate entre Serra e Marta
Suplicy (PT), registrado pela pesquisa do Datafolha. Serra admite
que o aumento de quatro pontos
percentuais no índice de rejeição
à sua candidatura "é fruto dos ataques sem pé nem cabeça".
O candidato atribuiu essa oscilação a "semanas de ataques,
agressões e calúnias" desferidos
pelo PT. Para ele, "a rejeição continua baixíssima se comparada à
força do ataque" adversário.
O tucano aposta na idéia de que
esse é um cenário passageiro.
Mas, antevendo uma "batalha dura que só será resolvida no dia",
contra-ataca: "Não vamos fazer o
jogo sujo. O jogo sujo, direto ou
terceirizado, não funciona".
Amigos
Não é à toa que, ao saber que estariam na mesma sinagoga durante o Dia do Perdão judaico,
FHC e Serra acertaram o encontro
para as 11h30. O ex-presidente
chegou às 11h25. Serra, que participou de uma formatura na zona
sul, chegou às 12h. Da sinagoga,
FHC até telefonou para Serra perguntando se estava a caminho.
Apesar do encontro, o ex-presidente não deverá ter depoimento
de apoio ao candidato exibido
ainda no primeiro turno. "No caso do Serra não precisa nem gravar depoimento. Todo mundo sabe. Somos do mesmo partido,
amigos a vida inteira", justificou
FHC, dizendo que não acha que
deva se envolver em campanha.
O ex-presidente também comentou o pedido de desculpas do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após ter manifestado apoio a
Marta durante uma inauguração.
Para FHC, foi "como voltar ao tema: ao pedir desculpas, fala de
novo que apóia Marta".
Às 16h30, Serra esteve na A Hebraica com o cabo eleitoral de sua
campanha, o governador de São
Paulo, Geraldo Alckmin. Na saída
da cerimônia - ao qual Marta
também assistiu - Serra concluiu, ao comentar a pesquisa:
"Agora é o segundo turno".
Em Guaianazes, Serra acusou
Marta de "cumplicidade com a
violência do PT" por ter afirmado
que ele provocou os militantes do
partido num ato na zona sul.
Texto Anterior: Diferença pró-tucano cai para 10 pontos no 2º turno Próximo Texto: Frases Índice
|