São Paulo, segunda-feira, 26 de setembro de 2011

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biotecnologia

Recém-criado, curso sai do anonimato

Com poucas graduações específicas, demanda por biotecnólogos cresce

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Se você gosta de novas tecnologias, interessa-se por disciplinas tão diferentes quanto biologia e matemática e está em dúvida entre engenharia e química, saiba que existe uma área que pode reunir tudo isso: a biotecnologia.
Embora muito requisitada no mercado, só recentemente essa área multidisciplinar começou a formar profissionais específicos nas universidades brasileiras.
Primeiro, com engenheiros bioquímicos ou moleculares, biólogos e químicos que complementavam os estudos dando ênfase na área. Depois, com graduações específicas para biotecnologia.
"O mercado não conhecia esse profissional. Era preciso explicar o que era", conta Adriana Rossi, 28, engenheira bioquímica formada em 2007, numa das primeiras turmas do curso da USP.
Segundo ela, as classes eram pequenas e havia muita desistência por falta de informação. "A gente não conhecia nenhum profissional da área empregado."
Ainda hoje é comum que esses cursos não tenham turma formada, como é o caso do curso de química com ênfase em bioquímica e biologia molecular da USP, criado há apenas dois anos.
Por conta disso, as mais avançadas pesquisas em biotecnologia ainda são desenvolvidas fora do país.
Para estudar o cultivo de células animais, por exemplo, Adriana precisou que a empresa onde trabalhava a enviasse, já depois de formada, para os EUA e o Canadá.
Ao mesmo tempo em que estão surgindo, os cursos brasileiros vão se adaptando às mudanças rápidas da área, como é o caso do curso de engenharia bioquímica da USP.
"Ele está sendo reformulado para o ano que vem para atender as necessidades de mercado", diz Arnaldo Prata, coordenador do curso, na USP Lorena.
Essa necessidade é percebida por quem já trabalha. "A visão de negócio não é passada na faculdade. No mundo empresarial, isso é necessário, pois é aí que os custos do processo estão", diz Adriana.

DESDE A PENICILINA
Apesar de as graduações serem recentes, Prata explica que a necessidade desse profissional surgiu na época do desenvolvimento da penicilina e ganhou força com a Segunda Guerra Mundial.
"Anos mais tarde, para disponibilizar o medicamento em grande quantidade, veio a necessidade de juntar quem entendia de microbiologia, química, estatística, biologia, matemática e engenharia", completa.
(SÉRGIO MADURO)


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