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apresentação
Perfil é inédito no Brasil
FORAM FEITAS 120 PERGUNTAS PARA 1.541
JOVENS EM 168 CIDADES DO PAÍS. O RESULTADO É A MAIS
COMPLETA PESQUISA DO SÉCULO
João Wainer/Folha Imagem
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[Por Ivan Finotti, editor do Folhateen]
Bayeux, Careiro e Riachão
das Neves. Goianésia do Pará,
Breves e Parauapebas. Zé Doca,
Crateús e São Domingos
do Azeitão. Os nomes podem
soar estranhos, mas são apenas
algumas das 168 cidades
visitadas pelo Datafolha para
realizar o mais completo perfil
do jovem brasileiro neste
século 21.
"Não há outro estudo com
essa abrangência, cobertura e
diversidade de temas", afirma
Alessandro Janoni, diretor
de pesquisas do Datafolha. A
abrangência se refere à pesquisa
em todas as classes sociais.
A cobertura é nacional,
incluindo capitais e cidades
do interior de todos os Estados.
Já a diversidade de temas
pode ser conferida em cada
uma das páginas deste caderno
especial, que traz desde
participação política até a sexualidade
do jovem, passando
por valores, sonhos, medos e
hábitos de consumo.
A primeira constatação da
pesquisa é simples: cai por
terra o clássico imaginário do
jovem contestador, rebelde,
engajado, participativo etc. O
jovem brasileiro quer emprego.
Seus maiores sonhos são
materiais: realização profissional,
comprar imóvel e veículo
e ficar rico. Seus
principais valores são família,
saúde, trabalho e estudo. E nem em temas polêmicos
como descriminalização
da maconha ou liberação do
aborto eles se descolam do
resto da população brasileira.
"É um jovem que ainda não conseguiu superar
as barreiras das necessidades básicas.
Só a partir daí ele abrirá a agenda para outras
demandas. Revelar esse universo é extremamente
importante", resume Janoni.
Há outros dados surpreendentes: o papel da
igreja, o número de jovens que admitiram
o uso de drogas, a taxa de meninas
que disseram não serem mais virgens e a porcentagem declarada de abortos também chamaram a atenção do diretor de
pesquisas do Datafolha.
"A principal razão para que esses números
sejam mais altos do que os que aparecem em
pesquisas semelhantes é que o Datafolha elaborou
dois questionários", explica Janoni.
O primeiro, com 90 perguntas, era aplicado
normalmente pelo pesquisador. O segundo,
com 30 questões sobre sexo e drogas, era
preenchido sozinho pelo próprio entrevistado,
que não precisava se identificar. Além de
não se constranger com perguntas íntimas, o
jovem colocava o questionário numa bolsa lacrada,
que só era aberta no instituto Datafolha,
em São Paulo.
Foram entrevistados 1.541 brasileiros entre
16 e 25 anos. A margem de erro é de três pontos
percentuais, para mais ou para menos.
Jovens trainees
A maioria das reportagens do caderno "Jovem
Século 21" foi feita pelos integrantes da
45ª turma do programa de treinamento da
Folha. O curso durou 14 semanas e tem como
objetivo selecionar jovens talentosos e ensiná-los,
na prática, a trabalhar em jornal diário (leia
mais em www.folha.com.br/treinamento).
Nesta edição, eles foram orientados pelo editor
do Folhateen, Ivan Finotti, e pela editora
de Treinamento, Ana Estela de Sousa Pinto, e
tiveram o trabalho coordenado por repórteres
experientes, como Laura Capriglione e Antônio
Gois. A 45ª turma foi patrocinada pela Philip
Morris Brasil e pela Odebrecht.
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