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Torcedor troca reforma por cadeiras cativas
MARACANÃ
Administrador que gastou cerca de R$ 100 mil por assentos tenta obter na Justiça direito de usá-los na Copa
A decisão do governo do Rio de Janeiro de não permitir que proprietários das 4.698 cadeiras cativas (perpétuas) do Maracanã usem seus assentos na Copa das Confederações, em junho, e no Mundial, em 2014, afetou quem investiu nos títulos justamente de olho nos eventos.
É o caso do administrador de empresas Dirceu Rodrigues Júnior, 34, que, em janeiro de 2012, comprou quatro cadeiras para poder levar a mulher e os dois filhos pequenos à Copa do Mundo e também à Olimpíada de 2016.
Depois de seis meses de procura, ele encontrou dois proprietários dispostos a vender seus títulos. Rodrigues pagou entre R$ 40 mil e R$ 50 mil em cada um. Para conseguir o dinheiro, adiou uma reforma e viagens de férias.
Ele frequenta o estádio desde 1989 para assistir aos jogos do Flamengo e disse se sentir lesado pela decisão anunciada na última quarta.
"Honestamente, eu não acreditava que seríamos vetados de ter acesso ao estádio justamente porque o direito está garantido por lei", disse.
O administrador está ajuizando ação contra a medida. Para ele, faltou diálogo entre o governo e os proprietários.
O decreto que cria as cadeiras cativas no Maracanã é de 1947, anterior, portanto, à inauguração do estádio, que foi em 1950. Em 1949, uma segunda lei permitia que os proprietários adquirissem o título para sempre --daí o nome "cadeira perpétua".
Em junho de 2007, o governo do Estado do Rio publicou a lei 5051/2007, que suspende o direito à cadeira perpétua durante a Copa.
Uma segunda lei (6363/2012), de dezembro de 2012, que dispõe sobre a realização da Copa das Confederações e do Mundial no Estado, reforça a determinação.
Na quarta-feira, o secretário estadual da Casa Civil, Regis Fichtner, anunciou em entrevista coletiva a decisão de não permitir cadeiras perpétuas nos eventos da Fifa. Os assentos poderão ser utilizados apenas para jogos do Estadual e do Brasileiro.