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Pai de Neymar deu prazo para craque sair, diz cartola
SANTOS
Se esperasse, clube não teria retorno financeiro, afirma presidente
Odílio Rodrigues Filho, 65, deixou o posto de vice-presidente do Santos e virou o principal dirigente do clube há um mês, após Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro pedir licença médica de um ano.
A função não é novidade --o cartola vinha assumindo o cargo com frequência desde janeiro. As cobranças também têm se tornado rotina. A razão principal? Neymar.
Nunca um dirigente do clube havia falado tão abertamente sobre a negociação do jogador, como Odílio faz nesta entrevista à Folha.
Diz que a venda só foi concretizada após o pai de Neymar pressionar o Santos e dar como prazo para o negócio ser fechado o início da Copa das Confederações. Admite ainda que o clube cedeu para ter retorno financeiro.
O craque tinha contrato até julho de 2014 e, a partir de janeiro, poderia assinar um pré-acordo para sair de graça. Procurado, Neymar pai preferiu não comentar.
Folha - O Santos estava preparado para perder Neymar?
Odílio Rodrigues Filho - Nenhum clube está preparado para perder um ídolo. Tínhamos um prazo para vendê-lo, colocado pelo pai, que era até o início da Copa das Confederações [15 de junho]. Se não fosse vendido, ele ficaria e, em janeiro, assinaria pré-contrato [com outro clube]. O Santos ficaria sem retorno. Neymar vivia um momento difícil, com vaias e resultados ruins. Apareceram duas propostas [Barcelona e Real Madrid] e vendemos.
Qual foi o impacto da saída?
Teve impacto na autoestima da torcida, na qualidade do futebol do time, nos jogadores que querem vir para o Santos. Passamos dois meses tentando renovar até 2016, mas o pai disse: Meu filho não fica um minuto além de 2014'. Teve consequência, mas o Santos já lidou com a perda de Pelé e outros ídolos.
E o impacto financeiro?
Mesmo com Neymar, ficamos sem o patrocínio principal. O Santos perdeu R$ 22 milhões com a ausência de uma marca no peito da camisa. Vendemos três atletas [Rafael, Felipe Anderson e Neymar] para ter renda. A torcida pensa que estamos com dinheiro, mas não estamos.