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São Paulo espera 'maré vermelha' de mil chilenos em acampamento no Anhembi
LÍGIA MESQUITA DE SÃO PAULOO funcionário público Gonzalo Salinas, 25, de Viña del Mar, decidiu: não se reapresentará ao trabalho na próxima semana, quando suas férias chegarem ao fim. Continuará seguindo "La Roja", como é chamada a seleção do país, nas oitavas de final.
E, se a equipe for eliminada da competição, ficará no Brasil da mesma maneira. "Eu quero viver essa Copa! Arrumo outro trabalho depois ou fico morando aqui", diz.
Ele e três amigos que já percorreram 8.000 km de carro desde que saíram de seu país no dia 6, foram os primeiros a chegar ao acampamento "oficial" da torcida chilena, no Sambódromo do Anhembi, neste domingo (22) à noite.
A Prefeitura de São Paulo, que disponibilizou o local para abrigar a "marea roja" (maré vermelha) de apoiadores da seleção, esperava receber até mil pessoas no local.
O quarteto que só teve ingresso para o primeiro jogo do Chile, em Cuiabá, nem bem desceu da camionete e começou a preparar um churrasco. Também aproveitaram para lavar as roupas e estender um varal.
"É minha terceira vez no Brasil. Fiquei três anos sem férias para poder estar na Copa. Tá tudo lindo, mas falta sinalização nas estradas", diz o topógrafo Michel Diaz, 34.
O engenheiro Johnatan Castillo, 26, também não tirou férias por dois anos pensando na Copa. Ele se inscreveu pela internet em uma caravana que saiu de Santiago. Pagou US$ 1.000 para viajar de carona com três desconhecidos. O roteiro, que incluiu Cuiabá e Rio, termina em São Paulo após o jogo desta segunda (23) contra a Holanda.
"Todas as noites mal dormidas, as horas no carro, tudo é compensado pela recepção calorosa dos brasileiros, diz ele. "O único problema até agora são os preços altos."
Sua vizinha de acampamento, a dona de casa Judith Salas, 36, que viaja pela primeira vez ao Brasil com os dois filhos, o marido, a irmã e o cunhado, também acha tudo caríssimo por aqui. "No Rio tinha que pagar até para ir ao Cristo. Achei abusivo."