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Juca na Copa
Ah, o Uruguai...
Desnecessário enaltecer o significado da classificação da Celeste e a eliminação dos tetracampeões
GIANLUIGI BUFFON foi o nome do jogo que eliminou a Itália e classificou o Uruguai para as oitavas de final da Copa. Fez pelo menos três defesas que mantiveram o 0 a 0 que daria a vaga aos tetracampeões mundiais.
Mas não teve como segurar a cabeçada meio de costas do zagueiro Godín, herói também do título espanhol do Atlético de Madri.
Depois de um primeiro tempo morno no forno de Natal, o segundo tempo pegou mesmo fogo com a cavalar expulsão de Marchisio logo no começo.
Era óbvio que a Itália iria sofrer o assédio da Celeste, e Buffon, que nos primeiros 45 minutos havia feito duas sensacionais defesas em seguida, fez mais uma para evitar gol de Suárez. Que, por sinal, teria passado em branco não fosse a estúpida mordida que deu no ombro de Chiellini, destempero que deverá valer uma dura suspensão por parte do tribunal da Fifa quando analisar a imagem do ato insano, o terceiro igual na carreira do excepcional atacante do Liverpool. Na Inglaterra, pegou dez jogos de suspensão e, se duvidar, ficará fora da Copa.
Canibalismos à parte, os uruguaios mostraram mais uma vez do que são capazes e, creia, eles são capazes simplesmente de tudo, como demonstraram mais uma vez depois de nova ressurreição, ao eliminar ingleses e italianos.
"Somos pequenos, mas sonhamos em ser gigantes. (...)Temos consciência de que 3 milhões de uruguaios dependem da gente, mas, querem saber de uma coisa? Nós também dependemos dos 3 milhões de uruguaios", escreveu, dois dias atrás na rede social, Diego Lugano, o capitão que está no banco, mas que nem por isso deixa de exercer sua iluminada, e iluminista, liderança.
Se os italianos têm do que reclamar por jogar sempre em condições inóspitas em Manaus, Recife e Natal, Buffon foi exemplar também ao não procurar desculpas.