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PVC na Copa
Gol contra!
A vergonha da marmelada contra a Áustria, em 1982, está viva na memória do futebol alemão
Dois anos após Alemanha e Áustria protagonizarem a maior marmelada da história das Copas, o técnico Jupp Derwall foi demitido. A razão objetiva foi o fiasco na Eurocopa de 1984. Os alemães massacraram os espanhóis, mas um gol de Maceda causou a eliminação na primeira fase.
Pela tradição de continuidade dos técnicos da seleção da Alemanha, a derrota seria pouco para demiti-lo. O motivo oculto foi a marmelada contra os austríacos: "Nem toda vitória é um ganho", escreveu Norbert Seitz, sobre a demissão de Derwall.
Na Copa-82, Alemanha e Áustria jogaram a última partida da primeira fase disputando a vaga com a Argélia. Uma vitória por 1 a 0 classificaria alemães e austríacos. Nos primeiros 11 minutos, massacre alemão e um gol. Nos 79 minutos seguintes, só toques para trás à espera do apito final.
Essa nuvem envolve o jogo Estados Unidos x Alemanha. Um empate classifica as duas equipes e os técnicos Jürgen Klinsmann e Joachim Löw são amigos.
"Queríamos avançar, não jogar futebol", justificou Jupp Derwall, em 1982. Um capricho Derwall ter evitado uma derrota na Copa da Espanha e ser demitido depois de um revés contra a Espanha.
O zagueiro Hummels descartou a marmelada hoje. A vergonha contra a Áustria está viva na memória do futebol alemão.
Na Copa de 54, Iugoslávia e Brasil precisavam de um empate para se classificarem juntos para a segunda fase e eliminarem França e México. No final do jogo, Pinga chutou na trave e os iugoslavos fizeram sinais de que o empate era bom para ambos.
A seleção se classificou e se surpreendeu: não conhecia o regulamento. Há décadas, o jogo Brasil 1 x 1 Iugoslávia é lembrado como exemplo de desorganização da seleção brasileira. Se a Alemanha tentar o gol mesmo precisando só do empate, a tarde de hoje no Recife será lembrada como símbolo de honradez.