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Torcida brasileira no Maracanã festeja queda do Uruguai
Antes do jogo, uruguaios provocaram brasileiros com cantos alusivos à Copa de 1950
Faltavam cinco minutos para o fim do jogo entre Brasil e Chile quando gritos vindos da pequena torcida uruguaia presente àquele momento no Maracanã emudeceram os brasileiros.
"Volveremos, volveremos/ volveremos otra vez/ Volveremos ser campeones/ Como la primera vez" (voltaremos, voltaremos/voltaremos outra vez/ voltaremos a ser campeões/ como na primeira vez"), cantavam. O grito de guerra relembrava o Maracanazo, a derrota para o Uruguai na final da Copa de 1950.
O Maracanã tinha sido aberto mais cedo neste sábado (28) para que torcedores com ingressos para a partida Uruguai x Colômbia pudessem assistir, nos telões do estádio, à partida do Brasil, em Belo Horizonte. No início do jogo, 2.000 pessoas já estavam nas arquibancadas; no segundo tempo já eram 8.000.
A resposta dos brasileiros veio quatro horas depois. Faltavam cinco minutos para a Colômbia eliminar o Uruguai, quando os torcedores brasileiros, apoiados por colombianos, começaram a gritar "eliminado". No meio do jogo, ainda se ouviu "É Júlio César!" e "O campeão voltou!".
Os colombianos continuaram cantando: "Quem vencerá, quem vencerá, o Uruguai não será".
A alegria dos colombianos com a classificação se somou a dos brasileiros com o fim do pesadelo de um novo Maracanazo, mas o "amor" acabou logo em seguida, com o corinho "ô, Colômbia, pode esperar, a sua hora vai chegar".
PROVOCAÇÕES
Ao fim do jogo, seguranças formaram barreiras para separar os torcedores uruguaios dos colombianos. Irritados com a alegria dos rivais, faziam gestos de ameaça.
De acordo com a Polícia Militar, houve quatro registros de brigas na saída do estádio, e sete pessoas foram detidas.
As brigas envolveram torcedores uruguaios, colombianos e brasileiros. A PM também prendeu 38 pessoas que estavam negociando ingressos.
Mais cedo, uruguaios se queixavam de que tiveram máscaras de Luis Suárez apreendidas pela polícia. A ação ocorreu com base na lei estadual que não permite o uso de máscaras, promulgada após as manifestações de 2013. A explicação, no entanto, não convencia uruguaios.
"Vocês não gostam de nós, a Fifa não gosta de nós, por isso querem nos tirar as máscaras de Luisito, mas entramos com elas escondidas sob a camisa", disse um uruguaio, que não quis se identificar, mostrando a máscara.
Suárez era lembrado a todo momento. Além de máscaras, havia torcedores com dentaduras de vampiro e mordaças do personagem Hannibal Lecter. Também levavam cartazes onde se lia: "Luisito mordió um hombre, ustedes mordieran uma nación".