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PVC na Copa
Medo de ser Barbosa
"O empate foi uma ducha fria na expectativa do público. Uma onda de desânimo e pessimismo invadiu o país." O trecho acima está na página 54 do livro "Anatomia de uma Derrota", obra-prima do jornalista Paulo Perdigão. Relata a decepção com o empate do segundo jogo, contra a Suíça. Houve três partidas entre a depressão e a euforia, pré-Maracanazo, vitórias contra Iugoslávia, Suécia e Espanha.
A percepção da eliminação iminente contra o Chile pode mudar com boa atuação contra a Colômbia, seleção que desgasta menos os rivais que os chilenos. Em média, o Chile corre 111 km por jogo; a Colômbia, 104. Na comparação com o Brasil, era como se o Chile tivesse um jogador a mais.
A Colômbia, não.
A lembrança da desesperança quatro jogos antes da final de 1950 não é parâmetro. Mas, há quem julgue que o Maracanazo está presente. É o motivo da tensão. "Ninguém quer ser Barbosa", resume Márcio Santos, campeão de 1994.
Não é de 2014 a obrigação de o Brasil ser campeão. É de todas as Copas. Há vilões em todas as derrotas. O meião de Roberto Carlos em 2006 exemplifica. Mas, na era da informação, o drama passa mais rápido do que em 1950. Já ser herói? Isso dura para sempre!
Talvez essa percepção acalme a alma. No campo, a calma tem de vir com troca de passes, remédio para corrigir o buraco do meio de campo (veja ilustração). Às vezes, é bom o time ser mais Parreira e menos Felipão, mais toque, menos agressividade.