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Futebol vai crescer mais nos EUA, diz historiador
Popularização fará conservadores ignorar ainda mais o esporte, pois existe polarização política sobre o tema, segundo professor
"O futebol vai continuar a crescer nos EUA para desespero dos conservadores", diz o historiador Peter Beinart, professor de ciência política na Universidade da Cidade de Nova York (Cuny).
"A mesma coligação que elegeu Obama duas vezes adora futebol: imigrantes, especialmente hispânicos, jovens, mães que têm filhos que jogam futebol na escola e progressistas, que querem se sentir mais participantes do mundo", diz o americano.
Em artigo para a revista "The Atlantic", Beinart, 43, responde à colunista ultraconservadora Ann Coulter, que diz que o sucesso do futebol "representa a decadência moral da América".
Leia abaixo trechos da entrevista concedida por email.
Resistência
A audiência dos canais que exibem a Copa já superou final de esportes tradicionais. Jovens, imigrantes, hispânicos e progressistas são menos resistentes a esportes "não americanos". Os conservadores vão ignorar mais ainda o futebol agora. Há polarização política entre direita nativista e esquerda cosmopolita.
Aliança do Obama
Além dos hispânicos e dos mais jovens, o terceiro grupo de apoio ao futebol nos EUA é dos progressistas, que querem abraçar um esporte europeu pela mesma razão que eles querem um sistema de saúde universal aos moldes europeus: eles não veem um valor inerente em os EUA serem exceção ao modelo global.
Relação com o mundo
Historicamente, a política externa conservadora oscilou entre o isolacionismo e o imperialismo. Ou nos mantemos afastados do mundo ou mandamos. Não pode ser entre iguais, sob as mesmas leis dos demais. Esse é o ponto da Ann Coulter. Os EUA só jogam entre si, seja beisebol, futebol americano ou basquete.