Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Juca na Copa
Jogo do contente
Ausência de Neymar repercute como se alguém tivesse morrido. Exagero que exige reflexão
RESPONDA RÁPIDO: a seleção de Gana é melhor que a do Brasil desfalcada do capitão Thiago Silva e da estrela Neymar?
E a seleção argelina é melhor que a brasileira mesmo com ausências tão importantes?
Pois Gana empatou com a Alemanha na primeira fase da Copa do Mundo e a Argélia só perdeu na prorrogação.
Jogo do contente? Talvez.
Constatado que ninguém morreu, talvez seja adequado lembrar que é possível fazer de limões limonadas e que há sempre situações piores para minimizar ocasiões inesperadas.
Um ótimo filme sueco dos anos 80, "Minha Vida de Cachorro", conta a história de um menino de 12 anos abandonado pelo pai e com a mãe doente. Quando tudo parece perdido, ele se lembra da Laika, a cadela russa que foi posta em órbita no Sputinik 2, o satélite artificial soviético que foi lançado para comemorar os 40 anos da Revolução Russa com o primeiro ser vivo do programa espacial. O artefato não tinha tecnologia que o devolvesse à Terra e Laika morreu dentro dele. O menino quando comparava sua situação à dela sentia-se, enfim, confortado.
Neymar não está em órbita, apenas sofreu um acidente de trabalho que o tira da competição mais importante de seu ofício e diminui sensivelmente a chance de a seleção conquistar o hexa. Ao mesmo tempo, entrega aos alemães a obrigação que era toda dos brasileiros.
Se, para muitos, era impensável perder uma segunda Copa no Brasil, agora não é mais. Ao contrário, conquistar o hexa passou a ser um objetivo quase sobre-humano, uma façanha épica, dessas para nunca mais esquecer.
Depois de amanhã, no Mineirão, os companheiros de Thiago Silva e Neymar estarão diante de um duro desafio: não sofrer uma derrota acachapante para os poderosos alemães. Já imaginou se além disso eles vencerem os germânicos? Pense na Laika.