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Juca na Copa
As sete bofetadas
Cada gol alemão teve o efeito de alertar o ex-país do jogo bonito para a sua medíocre realidade
A PRIMEIRA bofetada foi dada no compadrio, na panelinha dos cartolas que há décadas chutam a meritocracia para escanteio.
A segunda bofetada foi dada na arrogância dos que imaginam que o pentacampeonato ganho por Didi, Garrincha, Pelé, Romário e Rivaldo, apesar da cartolagem, é obra dela.
A terceira bofetada foi dada nos que desprezam as conquistas da Ciência do Esporte e seguem com seus métodos empíricos infelicitando gerações de bons jogadores.
A quarta bofetada foi dada ainda e também na CBF, que jamais teve uma política de verdadeiro investimento na formação de atletas.
A quinta bofetada foi dada na corrupção que orienta 11 em cada 10 ações da cartolagem, seja nas construções de sedes, vendas de ingressos, transações de jogadores, contratos de patrocínios etc.
A sexta bofetada foi dada na carcomida política que aprisiona jogadores em campos de concentração e impede o seu convívio no dia a dia com as pessoas queridas, tratando-os como irresponsáveis, bem diferentemente do que se vê, por exemplo, entre os alemães e os holandeses.
Por último, mas não a última bofetada, foi aplicada no exagero que transforma jogadores em popstars, algo que você não vê em craques como Messi, Robben, Schweinsteiger ou Pirlo, embora veja em Cristiano Ronaldo. A praga das celebridades trai os torcedores.
Sim, há muitas outras bofetadas a serem distribuídas tantos são os muito mais que sete pecados capitais da gestão criminosa de nosso futebol, como o calendário.
Por ora, fiquemos por aqui, porque o assunto renderá nos próximos dias, semanas e meses, talvez anos.
Diagnósticos não faltam e quem já estiver cansado de ler esta repetitiva coluna consulte a página do Bom Senso FC. Está tudo, ou quase tudo, lá.
Alemanha 7 a 1. Não esqueça.