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Caminho certo?
Felipão conclui que seleção teve seis minutos de pane geral e apresenta números para defender eficiência de seu trabalho
Um dia após ver sua equipe passar o maior vexame da história da seleção, Luiz Felipe Scolari deu entrevista coletiva e afirmou que não tem como explicar a goleada por 7 a 1 para a Alemanha. Disse, porém, que o time nacional está no caminho certo.
Felipão usou a entrevista para defender seu trabalho. Apontou estatísticas da sua segunda passagem pelo time (19 vitórias, 6 empates e 3 derrotas) e lembrou que foi a primeira vez que o Brasil chegou à semifinal da Copa desde 2002, quando comandou a equipe do pentacampeonato.
Felipão, 65, classificou que houve uma "pane geral" na seleção durante os seis minutos em que a Alemanha fez quatro gols seguidos. E, ao lado de Carlos Alberto Parreira e de sua comissão técnica, disse que o terceiro lugar na Copa é o novo sonho do time.
Exaltação do trabalho
Contratado em dezembro de 2012 e próximo de deixar a CBF, Felipão exaltou seu trabalho mesmo após o vexame na Copa do Mundo. "Depois da Copa das Confederações, tivemos uma derrota e nove vitórias. Tínhamos um sistema de jogo. Foi a primeira vez, desde 2002, que chegamos a uma semifinal. O trabalho não foi de todo ruim. Foi uma derrota ruim, sabemos disso. Seis minutos de pane geral. Se pudesse responder o que aconteceu naqueles seis minutos, responderia, mas não sei.
Análise da derrota
O técnico classificou a derrota como uma "catástrofe", mas contemporizou dizendo que o fiasco acabou e que a equipe está no caminho certo. "Eu tenho que agradecer ao meu grupo. Sei o que aconteceu, sei o que é a mancha, a vergonha. Se formos avaliar por números, estamos no caminho e perdemos um jogo. Se fosse por 1 a 0 [a derrota], não seria catástrofe. Mas foi uma catástrofe e acabou.
Futuro na seleção
Questionado se o fracasso o estimularia a continuar na seleção, Felipão despistou. "Derrota daquele jeito ali não estimula nada. Tem que tirar da cabeça, o que é impossível, e buscar alguma fonte alternativa. Nossa vida não é feita só de derrotas. Essa foi a pior de todas, mas ninguém vai morrer por causa disso. Temos que buscar algumas situações para corrigir e enfrentar esse tsunami que aconteceu.
Resposta a cartola
Delfim Peixoto, vice eleito da CBF e presidente da federação catarinense de futebol, pediu nesta quarta-feira (9) a demissão de Felipão. E o técnico respondeu rispidamente. "O único título que o futebol de Santa Catarina tem no cenário nacional, eu era o técnico [a Copa do Brasil de 1991, com o Criciúma]. Então o Delfim tem que ajoelhar e pedir a bênção a mim. Não ganharam nada, nunca. E o que ganharam foi graças a mim.
Entrada de Bernard
Para Felipão, a entrada de Bernard e o fato de o time não ter treinado nenhuma vez antes do jogo com essa formação não afetou o desempenho no Mineirão. "São 28 jogos que treinei a equipe. Dos 28, o Bernard, no mínimo, estava em 24. No mínimo, jogou 18, 17, 16 jogos. Ele sabia perfeitamente como nós íamos jogar".
Imprensa e despiste
O treinador, que acenou com a entrada de Willian na equipe, foi questionado se usou a imprensa para esconder o time titular da Alemanha. E criticou a mídia. "Se nós usamos a imprensa, peço desculpas. Vocês não fazem isso nunca [em tom irônico]".
Torcida na Copa
Ao ser questionado se considerou positiva a reação da torcida nos estádios, Felipão agradeceu ao apoio e disse ter entendido as vaias no Mineirão. "Foram fantásticos, mesmo ontem quando estávamos tomando de 5 a 0, ainda foi espetacular. Houve sentimento de raiva quando tomamos o sexto gol, aí sim, e acho que estão totalmente certos, não tem nada de errado nisso. Mesmo quando voltamos, notas que recebemos, cartas, e-mails são de muito apoio. Não foi ruim jogar no Brasil, foi maravilhoso, ainda assim mostramos muito mais ao mundo do nosso país.
Disputa do 3º lugar
Felipão afirmou que o terceiro lugar se tornou o novo sonho da seleção, mas que uma eventual vitória não apagará o vexame na semifinal. "À medida que não jogarmos bem, não ganharmos, tivermos outra decepção como a que tivemos ontem [terça], claro que vai piorar. Era a ideia, o sonho, chegarmos à final. Não conseguimos, jogamos por um sonho bem menor.