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Aliados de Teixeira são parceiros da Match
EDUARDO OHATA DE SÃO PAULODois aliados de Ricardo Teixeira, ex-líder da CBF, são parceiros da Match, empresa cujo diretor-executivo, Raymond Whelan, foi acusado de cambismo.
A Traffic, de J. Hawilla, e o Grupo Águia, de Wagner Abrahão, ofereceram pacotes de produtos e serviços referentes à Copa das Confederações e à Copa.
O Grupo Águia organiza viagens da seleção e vendeu pacotes para Copas.
Foi o caso do Mundial-98, quando deixou de repassar ingressos vendidos a operadoras, e da Copa-06, quando foi acusada de lesar consumidores ao fazer vendas casadas.
A história do Grupo Águia com Teixeira tem passagens curiosas.
Em 2009, Claudio Abrahão, irmão de Wagner, vendeu uma cobertura na Barra a Teixeira. Pelo imóvel, o então presidente da CBF desembolsou R$ 720 mil.
Mas o valor do apartamento é o triplo, segundo indica a própria escritura.
Por outro lado, quatro empresas do Grupo Águia foram apontadas pela CBF em 2012 como beneficiárias de contrato com a TAM. O pagamento mensal podia ser feito na conta de uma dessas quatro empresas.
Em 1995, uma funcionária de Abrahão sobreviveu a um acidente de carro nos EUA, no qual morreu uma jovem apontada como pivô da separação de Teixeira e de seu distanciamento do sogro, João Havelange. A tal funcionária foi alçada a sócia e gerente de uma das empresas de Abrahão.
A Traffic, de J. Hawilla, um ex-repórter que trocou o microfone pelo marketing esportivo, intermediou o contrato da CBF com a Nike, que pôs milhões em seu cofre, mas provocou CPIs.
As comissões resultaram no rompimento entre CBF e Traffic, que negociara contratos da CBF com a Pepsi, Umbro e Coca-Cola, comprara direitos internacionais da Copa e chegou até a ser parceira da Fifa.
A Traffic tentou voo solo, ergueu luxuoso centro de treinamento em Porto Feliz (120 km de São Paulo) e foi considerada uma das duas maiores investidoras do futebol brasileiro.
Recentemente, a Traffic perdeu os direitos de torneios da Conmebol, demitiu funcionários, cortou aquisição de direitos de jogadores e vendeu o jornal "Diário de S.Paulo". Paralelamente, J. Hawilla se reaproximou de Teixeira.
"Estou com zero de medo [do caso dos ingressos]. Só fomos vendedores", explicou à Folha J. Hawilla, que atualmente mora em Miami (EUA). "Os ingressos não passam pela minha mão. Sim, eu tenho alguns ingressos, mas apenas os que comprei [para mim]."
O Grupo Águia preferiu não se manifestar oficialmente. Porém uma pessoa próxima ao grupo justificou que o contrato que a empresa fechou foi com a Match Hospitality e que Whelan, que está sob investigação, é ligado a outro departamento, a Match Services.