Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Brasil leva de 3 a 0 em despedida melancólica e acaba Copa em 4º
Seleção volta a decepcionar, perde da Holanda, registra seu pior aproveitamento desde 1974 e se torna o anfitrião que mais tomou gols em todos os Mundiais, 14
No primeiro dia de preparação da seleção para a Copa, o coordenador técnico Carlos Alberto Parreira anunciou que o time começava o Mundial com uma mão na taça.
O bilionário torneio terminou neste sábado (12) para o time comandado por Luiz Felipe Scolari sem nenhum motivo para comemorar e com uma sucessão de fracassos.
Diante do Mané Garrincha lotado, a seleção foi derrotada com facilidade, pelos holandeses, por 3 a 0, na disputa do terceiro lugar. No jogo anterior, na terça, o Brasil sofrera a maior derrota da sua história. Foi goleado pela Alemanha, por 7 a 1, no Mineirão.
Em quarto lugar, o time nacional encerra o Mundial com o pior aproveitamento de pontos em 40 anos.
A pífia campanha, que teve três vitórias, dois empates e duas derrotas, deixou os comandados por Felipão com só 52,4% de aproveitamento, o mesmo da Copa de 1974 --naquele Mundial, o Brasil também acabou em quarto.
O Brasil também se despede do Mundial como o anfitrião que mais gols tomou em Copas, 14. E Júlio César é o goleiro da seleção que mais levou gols em Copas, 18. Ele também disputou o Mundial da África do Sul, em 2010.
"Saímos até meio perdidos. Não tem o que falar", disse o volante Ramires, que foi titular na capital federal.
"Não tenho que falar mais nada", fez coro o meia Oscar, ao deixar o gramado.
Logo após o novo fracasso, Felipão, que comandou o Brasil na campanha do pentacampeonato, em 2002, anunciou que entregou o cargo. Ele deve se reunir com os dirigentes da CBF e apresentar um balanço de seu trabalho, mas dificilmente será mantido no comando da seleção, que ainda neste ano disputará quatro amistosos.
O passeio holandês na despedida apaga a tese do treinador, de que a goleada em Belo Horizonte foi provocada por uma "pane de seis minutos", quando o time levou quatro gols neste período.
VAIAS PARA FELIPÃO
Felipão foi vaiado pelo estádio logo que o placar eletrônico estampou sua imagem.
O treinador voltou a adotar a tática errada do despiste. Na véspera, dissera que faria duas ou três mudanças no time, que, no entanto, foi a campo com seis mudanças.
A seleção parecia de novo um time de várzea. No primeiro lance, a Holanda marcou. Robben foi derrubado fora da área por Thiago Silva, mas o juiz deu pênalti. Aos 2min, Van Persie fez 1 a 0.
A torcida continuou apoiando, mas o Brasil permanecia perdido. Aos 16min, a defesa falhou de novo. David Luiz rebateu nos pés de Blind, que só teve o trabalho de dominar perto da marca do pênalti e fazer o segundo. No início do lance, De Guzmán estava impedido ao receber passe Robben e cruzar.
A partir daí, a equipe tentou reagir. Na base dos cruzamentos, assustou duas duas vez o goleiro Cillessen.
Com a desvantagem, os reservas ignoravam Felipão e começaram a dar orientações aos colegas. Até Neymar, que se recupera de uma fratura na terceira vértebra, levantou do banco e deu dicas.
No segundo tempo, Felipão mexeu. Colocou Fernandinho no lugar de Luiz Gustavo. Pouco depois, Hernanes entrou na vaga de Paulinho.
Mas a seleção só conseguiu levar perigo em jogadas individuais. Não tinha esquema ou jogadas ensaiadas.
Já a Holanda, cujo técnico, Louis van Gaal, havia dito que a disputa de terceiro lugar nem deveria existir, mostrou-se motivada durante toda a partida. Tanto que, aos 46min do segundo tempo, Wijnaldum fechou o placar.