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'Boa conduta' faz federação readmitir as organizadas
VIOLÊNCIA DE SÃO PAULO Cinco meses após se enfrentarem em batalha campal que resultou em duas mortes, Gaviões da Fiel e Mancha Alviverde, torcidas organizadas do Corinthians e do Palmeiras, foram liberadas para voltar aos estádios paulistas após "bom comportamento". A decisão foi anunciada pela Federação Paulista de Futebol, que, após pedido da Polícia Civil, proibira em março as duas agremiações de entrarem nos estádios. A medida ocorreu depois de dois palmeirenses terem sido mortos por corintianos antes de um clássico do Paulista. No mesmo dia em que Mancha e Gaviões foram liberadas pela federação, a Independente, do São Paulo, foi banida por mau comportamento nos últimos clássicos. A FPF revogou a proibição das organizadas alegando que os autores daquele episódio foram identificados e que, desde então, não houve novas ocorrências envolvendo as duas torcidas. "Conversando com a PM e o Ministério Público, avaliamos que, diante do comportamento deles, que não criaram problemas na final da Libertadores [Corinthians] nem na da Copa do Brasil [Palmeiras], achamos que não é bom ficarem eternamente banidos", disse o coronel Marcos Marinho, chefe de segurança da federação. "Houve apuração dos fatos, pessoas indiciadas, e as torcidas tomaram providências internas. Liberá-los novamente é uma forma de barganhar com eles." A Folha ouviu ainda a PM e a Gaviões da Fiel: ambas também afirmaram que a liberação ocorreu após acordo com a Promotoria. "Foi um consenso entre os órgãos pelo bom comportamento das torcidas no primeiro turno do Brasileiro ", disse o major Gonzaga, coordenador operacional do 2º Batalhão da Polícia de Choque. O Ministério Público, por meio de sua assessoria de imprensa, negou ter dado aval para a federação readmitir as duas torcidas organizadas. Em maio, a Promotoria pediu, sem sucesso, a extinção de quatro organizadas, entre elas a Gaviões e a Mancha. "Temos reuniões semanais com as torcidas e a polícia, mas não houve acordo algum. Isso é uma questão interna da federação paulista, que entendeu por bem revogar a decisão", disse o promotor Thales Cezar de Oliveira, coordenador do PAI (Plano de Atuação Integrada) do futebol. "Mancha e Gaviões só não estavam uniformizadas. Ficava a falsa expectativa de que o problema havia sido resolvido", declarou o promotor. O inquérito policial dos dois assassinatos, que está no fórum, indiciou seis membros da Gaviões por formação de quadrilha e, no caso de quatro deles, também por homicídio e lesão corporal. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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