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Tostão Dupla personalidade Mano quer a seleção pressionando, mas o time tem jogadores velozes, ideais para o contra-ataque Apesar da defesa improvisada e do prazer de alguns em querer ver a decadência do Barcelona, como se o time contrariasse o futebol moderno e não fosse possível se manter no topo por muito tempo, a equipe catalã poderia ter vencido. No segundo gol do Real Madrid, se Adriano fosse um bom zagueiro, perceberia o passe e se adiantaria para deixar Cristiano Ronaldo impedido. Messi e Cristiano Ronaldo foram, mais uma vez, os protagonistas. A diferença entre eles é que o argentino, por causa da habilidade, da criatividade e de passes decisivos, é um jogador especial, mesmo quando não marca nem brilha. Já o português, por ser essencialmente técnico, excepcional na finalização e na execução dos fundamentos da posição, parece um jogador comum quando não faz gols nem se destaca. Passo para o Brasileiro. Muitos acham que o Fluminense, por causa do elenco, deveria impor sua superioridade e ganhar com mais facilidade. Não vejo assim. O elenco está no nível de vários outros. Daí a necessidade de proteger a defesa. O time recua principalmente para jogar em contra-ataques. No gol, contra o Botafogo, para aproveitar a defesa adiantada, o Flu juntou a velocidade e a habilidade de Wellington Nem com a técnica do artilheiro Fred. O principal motivo para a queda do Atlético-MG no segundo turno foi o equilíbrio do campeonato. Como o time venceu alguns jogos que poderia ter perdido, principalmente fora de casa, os maus resultados não foram surpresa. O mesmo pode ocorrer com o Fluminense, apesar de não ser o mais provável. Pulo para a seleção. Amanhã, contra o Iraque, provavelmente jogarão juntos Kaká, Neymar, Hulk (ou Lucas) e Oscar, sem um centroavante fixo. Na escalação de qualquer equipe, mais importante que as características é a qualidade dos jogadores, desde que eles se adaptem a funções um pouco diferentes do que fazem em seus clubes. Hoje, os dois melhores atacantes brasileiros são Neymar e Hulk. A visão do futebol brasileiro não pode ser somente a do Brasileirão. Quando Dunga foi técnico da seleção, priorizou o contra-ataque, porque era o jeito que mais gostava e porque tinha Kaká, Robinho e Ramires, três jogadores velozes. A maioria não gostou, mas o time tinha uma maneira definida de jogar, além de conseguir ótimos resultados, até ser eliminado pela Holanda, na Copa. Já Mano pode viver uma contradição. Quer a equipe mais à frente, pressionando, mas tem jogadores, como Kaká, Neymar, Lucas e Ramires, ideais para o contra-ataque. Uma solução seria usar os dois estilos, um de cada vez, de acordo com o momento. É difícil fazer isso. A seleção corre o risco de ter dupla personalidade. O futebol é tão esquizofrênico, que até pode dar certo. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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