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Palmeiras passou 30 das 36 rodadas na zona da degola, e caiu porque não corrigiu defeitos ao longo do Brasileiro
Não se pode dizer que o Palmeiras está de volta à Série B por obra do acaso.
Nenhum time que passa 30 das 36 rodadas entre os quatro piores, ou seja, dentro da zona de rebaixamento, pode responsabilizar a falta de sorte pelos fracassos em campo.
O descenso palmeirense é fruto de uma série de erros de jogadores, diretoria e comissão técnica, que existiam desde o começo do Brasileiro.
A primeira rodada já mostrou várias dessas falhas. O Palmeiras tinha a vitória na mão, mas cedeu o empate por 1 a 1 com a Portuguesa, E, por pouco, não foi derrotado.
Situações como essa se repetiram ao longo do torneio.
O time paulista raramente jogou mal, mas sempre sofreu com a falta de criatividade.
Dependente das bolas paradas de Marcos Assunção, sofria para transformar a vantagem territorial em gols.
E, quando em situação difícil no placar, desmoronava. Sucumbia ao nervosismo, ficava afobado, travava.
Nem o título da Copa do Brasil e o fim da pressão de um longo jejum acalmaram os ânimos. Veio aí a razão da queda mais difundida por dirigentes e pelo elenco: o sentimento de dever cumprido.
Quando levantou o troféu nacional, o Palmeiras ocupava a 17ª colocação -ainda tinha 31 rodadas pela frente.
Mas, mesmo com caminho longo pela frente, achou que o campeonato estava encerrado e que ficar na elite era suficiente. Não conseguiu.
A ficha palmeirense de que o rebaixamento era uma ameaça real só caiu quando, já bem desgastado com os jogadores, Luiz Felipe Scolari deixou o comando da equipe.
Gilson Kleina, ex-Ponte Preta, o escolhido para suceder o antigo ídolo, recebeu a primeira chance à frente de um time de primeiro escalão.
O novo técnico palmeirense fez a equipe jogar melhor e aproveitou garotos da base. Mas não conseguiu corrigir os maiores defeitos palmeirenses: o nervosismo e falta de criatividade.