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Queda de Mano contraria conselhos a Marin
SELEÇÃO Avaliação pós-Olimpíada pedida por CBF era que técnico deveria continuar no cargo
Ao demitir o técnico Mano Menezes, na última sexta-feira, o presidente da CBF, José Maria Marin, contrariou os conselhos que recebeu.
Na Olimpíada de Londres, em agosto, o cartola pediu que o chefe da delegação naquele torneio, o presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim de Pádua Peixoto, fizesse uma avaliação.
Assim que voltou ao Brasil, Peixoto afirmou à Folha: "Disse a ele que o Mano deveria ser o técnico. Vi de perto como ele entende de futebol, como sabe passar coisas para os jogadores. Estamos no caminho certo para 2014".
Desde então, a seleção principal bateu África do Sul, China, Iraque e Japão e empatou com a Colômbia. Com um time local, só com jogadores que atuam no Brasil, ganhou o Superclássico das Américas contra a Argentina.
Mano Menezes foi demitido porque Marin entendeu que a seleção precisava de "novos projetos, novos métodos, novo planejamento".
Assim relatou Andres Sanchez, diretor de seleções, ao sair da reunião que decretou a demissão de Mano.
"A seleção não é só convocação. É tudo: logística, planejamento, aonde vai, como vai treinar. O presidente entendeu que precisava mudar. A gente respeita."
No próximo sábado, a seleção brasileira vai conhecer seus adversários na Copa das Confederações, que será disputada entre 15 e 30 de junho do ano que vem. Mas ainda não terá treinador definido.
Luiz Felipe Scolari, sem clube, e Tite, com contrato com o Corinthians até dezembro de 2013, são os favoritos.
Marin será o chefe da delegação do Corinthians na disputa do Mundial de Clubes, em dezembro, e vai observar Tite de perto no período.
O presidente da CBF adotou o mesmo procedimento com a seleção feminina. Pediu uma avaliação do trabalho à chefe de delegação da Olimpíada, a deputada federal Liliam Sá (PSD-RJ). E desconsiderou o que ouviu.
No caso, o que leu. A Folha obteve uma cópia do relatório que a deputada enviou ao presidente da CBF.
No documento, Liliam dá parabéns "ao técnico Jorge Barcellos, pelo excelente trabalho" na Olimpíada -o Brasil caiu nas quartas de final.
No entanto, Marin demitiu Barcellos e anunciou Márcio Oliveira para a vaga.
O relatório elogia Marin e Marco Polo Del Nero, "que foram à concentração para apoiar a seleção com palavras de incentivo e admiração e assistiram a todos os jogos".