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Um a menos
Expulso, Luis Fabiano desfalca São Paulo para decisão no Morumbi, mas time festeja empate sem gols
Javier Garcia Martino/Photogamma/Fotoarena/Folhapress | ||
O atacante do São Paulo deixa o campo aos 13min do primeiro tempo |
Tigre 0
São Paulo 0
Luis Fabiano levanta a camisa, cobre o rosto e deixa o campo da Bombonera. Faltavam ainda 77 minutos para o primeiro duelo decisivo da Copa Sul-Americana terminar, e o São Paulo perdia, expulso, o segundo atleta mais experiente do seu elenco.
O empate de ontem por 0 a 0 com o Tigre, na Argentina, até foi comemorado, mas a falta do atacante para o duelo da próxima quarta-feira, no Morumbi, preocupou.
Falta um jogo para o clube buscar uma taça inédita em sua história, encerrar um jejum de três anos sem títulos e se despedir de Lucas, que vai jogar na França em 2013.
Um vitória simples dá o título ao time tricolor, mas novo empate leva a decisão para prorrogação e pênaltis.
"Perdemos um jogador importante. Sabíamos que seria um jogo assim, com catimba, muita disputa e entrega. A torcida pressiona, e eles vêm para cima. Foi violento, e isso atrapalhou. Nosso forte é a técnica", disse Lucas.
A ausência de Luis Fabiano pesou para o empate sem gols. Ele é o artilheiro do time na temporada, com 31 tentos. E fazia parte do quarteto que já foi campeão pelo clube Morumbi. Ou seja, era um dos alicerces da experiência que o técnico Ney Franco tanto ressaltou antes do duelo que seria fundamental.
Mas justo ele foi o primeiro a aceitar a catimba rival. Jogou só 13 minutos. Foi expulso por cair na provocação de Donatti. Tentou acertar um chute no rival, que encenou e também foi expulso.
O time que havia entrado em campo disposto a tocar a bola e buscar espaços na defesa se perdeu sem Luis Fabiano. Fez um jogo abaixo das últimas apresentações e não conseguiu empolgar.
O time são-paulino chegou poucas poucas vezes ao gol adversário, mas não criou nenhuma chance clara. Lucas foi o melhor, mas, sozinho, pouco acrescentou.
"Foi ruim, ruim de futebol. Os dois times não apresentaram nada. Todos nós jogamos abaixo do que jogamos [geralmente]. Teve uma queda após a expulsão, mas o placar não é tão mal. Vamos decidir diante da nossa torcida", disse Rogério.
Na etapa final, Ney Franco fez apenas uma alteração. Colocou Cícero no lugar de Jadson, mas o time não teve sua forma de jogar alterada.
Pelo contrário, viu o Tigre, que abusou da catimba, melhorar e usar sua melhor arma: a bola parada. Antes do duelo, Ney Franco alertou para o estilo de jogo do rival e treinou de forma exaustiva a defesa em lances assim.
Deu certo. Pelo menos gols o time não levou. E agora terá como reforço mais de 64 mil são-paulinos no jogo de volta em busca da taça.