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Timão
Corinthians joga mais que o poderoso Chelsea e, nos braços de sua torcida, ganha o bi mundial e coroa o renascimento
O Corinthians arrastou sua torcida ao Japão, deu uma aula de futebol ao Chelsea e fez ecoar seu hino por todo o planeta. Pela segunda vez, ganha o mundo. Pela primeira vez, depois de atravessá-lo.
Milhares de corintianos presenciaram a história acontecer no estádio de Yokohama, mesmo palco do último título mundial do Brasil.
Cinco anos após cair à Série B no Brasil, o time do povo, do Parque São Jorge, de Itaquera, do Tatuapé e do Pacaembu, alcança o topo.
O peruano Paolo Guerrero fez de cabeça o gol que explodiu o Japão em uma festa que deixou estarrecida até a Fifa.
Cássio, o grandalhão de 1,95 m que começou o ano como reserva, foi eleito o melhor atleta do Mundial graças a defesas milagrosas.
O Corinthians interrompeu um ciclo de cinco anos consecutivos de títulos europeus.
E o fez jogando de igual para igual com uma equipe galática, recheada de astros, bancada por um bilionário.
Só dois clubes venceram duas vezes o Mundial da Fifa: Corinthians e Barcelona.
A terceira invasão corintiana termina em festa como as outras duas, no Brasileiro de 1976 e no Mundial de 2000, ambas no Maracanã.
O estádio japonês parecia o Pacaembu ontem, de tantos e tão barulhentos que eram os corintianos.
Chutes e palpites não faltam, 15 mil, 20 mil, 30 mil. O presidente Mário Gobbi falou em 50 mil pessoas. A única certeza: jamais um time levou tanta gente para tão longe.
Em volta de todo o estádio, todo mesmo, havia faixas de todas as partes do Brasil e do mundo. Maioria, a torcida do Corinthians viu de perto o gol que será revisto para sempre, um tento ao estilo Basílio na final do Paulista de 1977, chorado, espirrado, de rebote, na mesma trave em que Ronaldo acabou com a Alemanha na Copa de 2002.
Eles voltam amanhã com a taça. Para os corintianos, o mundo já pode acabar: nos braços do povo e de seu time.