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Espanhol
Real Madrid conhece o pior Mourinho
Longe de títulos, clube e torcida assistem a desavenças entre badalado treinador português e atletas
"Nós não somos tão bons como antes. Não temos a mesma alegria e confiança. Agora estamos sofrendo para marcar os gols que fazíamos na temporada passada. Nunca estive nesta situação."
As palavras ditas depois do empate por 2 a 2 do Real Madrid com o vice-lanterna Espanyol, no domingo, expõe o pior momento da carreira do português José Mourinho.
O técnico mais vitorioso do planeta nos últimos dez anos, com dois títulos da Copa dos Campeões e sete nacionais, acostumou-se a perder.
Desde o começo da temporada, iniciada com a quase simbólica conquista da Supercopa, já são seis derrotas.
Dezembro nem acabou, e o treinador já está a três insucessos de igualar sua pior marca: nove resultados negativos, em 2001/02, com o nanico União Leiria e o Porto.
Pior: o Espanhol praticamente já lhe escapou. A 13 pontos do Barcelona, o Real é o terceiro na classificação e está atrás do Atlético de Madri, seu tradicional freguês.
Mourinho jogou a toalha no último domingo. Depois do empate de domingo, falou que "vencer a liga é quase impossível". Depois, levou uma discreta bronca pública do presidente Florentino Pérez. "Não vamos desistir nunca", retrucou o cartola.
A tensão é mais um indício de que o português estaria planejando sua saída do Real. O técnico tem o sonho de suceder Alex Ferguson no comando do Manchester United e já conversou com dirigentes do PSG sobre uma possível mudança para a França.
O adeus de Mourinho provavelmente também representará a saída de Cristiano Ronaldo. O atacante português tem uma ligação estreita com o treinador -ambos possuem o mesmo empresário- e também mostrado vontade de mudar de ares.
Enquanto isso, Mourinho vai colecionando inimigos. Depois da derrota para o Celta, pela Copa do Rei, na semana passada, o treinador criticou o elenco e indicou que a responsabilidade pelo fiasco era de Kaká, Benzema e Di María.