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Cadeirante se choca contra muro em descida no Pacaembu e morre

SÃO SILVESTRE
Israel Cruz sofreu acidente em trecho considerado perigoso pelos atletas

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Atletas deixam a Paulista
Atletas deixam a Paulista
DE SÃO PAULO

O cadeirante Israel Cruz, 41, morreu ontem após sofrer acidente na São Silvestre.

Segundo outros participantes da prova e policiais que acompanhavam a disputa pela manhã, ele perdeu o controle de sua cadeira e se chocou contra um muro do estádio do Pacaembu.

O para-atleta foi atendido pelos médicos do evento e levado à Santa Casa, às 7h35, segundo os organizadores. Ele chegou consciente ao local, mas não resistiu aos ferimentos e morreu às 8h50, antes da largada da elite masculina e do pelotão geral.

Segundo comunicado da organização, o atleta obedecia a todos os critérios para inscrição na São Silvestre, definidos pela Fundação Cásper Libero e supervisionadas pela ADD (Associação Desportiva para Deficientes).

O comitê organizador afirmou estar acompanhando o caso com a ADD para dar atendimento à família do competidor, que é de Belém.

A mulher do cadeirante, porém, no fim da tarde, disse que ainda não havia sido procurada pela organização.

"Não sei o que está acontecendo, quero notícias, quero saber como foi, onde foi. Ninguém me ligou pra dizer nada. Soube [da morte] pois um delegado de São Paulo me telefonou às 9h da manhã para contar", afirmou Adriana Mendonça Silva, aos prantos.

"Ele viajou sozinho, não conhece ninguém em São Paulo, quem o está apoiando é um pessoal que o patrocinou. Eles [organização] não querem queimar a imagem da corrida. Por que ninguém me ligou? Fazem várias exigências para inscrição, documentos, mas agora nada."

Segundo a viúva, o corpo deveria chegar a Belém apenas hoje à noite. Ele era assistente administrativo, deixa dois filhos e um neto.

Procurada pela Folha, a organização da corrida disse que só iria se manifestar por meio do comunicado.

DESCIDA PERIGOSA

O acidente ocorreu em um ponto da prova considerado crítico pelos cadeirantes.

No ano passado, pela primeira vez os corredores deixaram de descer rumo ao centro pela rua da Consolação para fazerem o percurso pela rua Major Natanael, que leva ao estádio do Pacaembu.

Os cadeirantes temiam a descida, mais curta e inclinada que a anterior. Se preocupavam também com os olhos-de-gato na pista.

Durante a prova de 2011, Fernando Aranha, então pentacampeão da categoria, teve dois pneus de sua cadeira estourados exatamente na rua Major Natanael.

O vencedor, naquela ocasião, foi Jaciel Paulino.

NOVO HORÁRIO

Ontem, Paulino voltou a vencer a São Silvestre e conquistou seu quarto título.

O cadeirante elogiou o novo horário da corrida, que teve a primeira largada para deficientes às 6h50. Na edição passada eles largaram às 15h.


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