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PRANCHETA DO PVC
PAULO VINICIUS COELHO - pvc@uol.com.br
O muro do Mano
De Edinho para Márcio
Araújo, deste para
Pierre, deste para... a
defesa do Corinthians. Não
diga que esse retrato do primeiro tempo do clássico se
viu só depois da expulsão de
Roberto Carlos, aos 8 minutos. Já era a cara do jogo quando Mano Menezes tinha 11 jogadores. A novidade, depois
da expulsão, foi que o Corinthians virou um muro e se resumiu a defender. Só não levou o gol de empate porque
Felipe foi o melhor em campo. O que não esconde a dificuldade do Palmeiras para furar o bloqueio.
"Vamos jogar no 4-3-3", declarou Muricy, antes da bola
rolar. Escalou Cleiton Xavier
aberto pela direita, Joãozinho
como ponta-esquerda e deixou a criação para os três volantes. Edinho, Márcio Araújo
e Pierre trocaram passes laterais, enquanto o Corinthians
esperava o erro para contra-atacar. O primeiro deles resultou na falta sobre Iarley,
cobrada por Tcheco para o gol
de Jorge Henrique.
E, então, veio a expulsão de
Roberto Carlos. Não passou
um minuto e o Corinthians
estava reagrupado, com Danilo na lateral esquerda e Jorge
Henrique fechando o meio-de-campo pela esquerda.
Contra duas linhas defensivas
(veja a ilustração), Muricy
precisava de um meia criativo, em vez de seguir com três
volantes como armadores.
Trocou o zagueiro Gualberto
pelo atacante Daniel Lovinho.
Este foi jogar na ponta, enquanto Cleiton Xavier tentava quebrar o muro de Mano.
Não deu. Por mais que o
Palmeiras tenha criado pelo
lado esquerdo a jogada de um
gol bem anulado de Daniel
Lovinho, faltava o básico para
furar um sistema defensivo
tão rígido: chutar. Cleiton Xavier chutou de fora da área aos
37 minutos e cobrou falta defendida por Felipe aos 3 do segundo tempo. Era pouco.
A situação só mudou a partir dos 20 da segunda etapa,
quando começaram as bolas
levantadas. Foram suficientes
para fazer de Felipe o melhor
jogador da partida. O repertório escasso do Palmeiras só levou ao abafa, não ao empate.
O Corinthians quebrou o
tabu porque se posicionou de
maneira a expor a falta de talento do rival. Por mais que
Muricy tenha pensado e substituído certo, não se muda a
história de um clássico com
um banco de reservas formado por aspirantes.
VAI SER TITULAR
Jorge Henrique é o jogador mais impressionante
do Corinthians. Mas quem
se impressionou pelos nomes dos volantes contratados -Marcelo Mattos,
Edu, Jucilei- é bom prestar atenção a Ralf, que
veio do Barueri. Silencioso, não deixou o meio-de-campo do Palmeiras jogar.
NEYMAR
Há um ano, Neymar estreou no profissional do
Santos justamente contra
o Oeste. Pôs fogo no jogo.
Sábado, foi mais uma vez
a principal atração. Dribla, cria, joga em velocidade e, neste ano, também
faz gols. Nos dois últimos
jogos, transformou Paulo
Ganso em coadjuvante.
ROBINHO
Na cabeça do técnico Dorival Júnior, Neymar joga por
um lado, Robinho pelo outro. Em teoria, Neymar pela direita, Robinho pela esquerda. Na última quinta-feira, a
pergunta ao treinador do Santos foi direta: "É um 4-3-3?"
Sua resposta, ainda mais precisa: "4-2-3-1". Quer dizer,
Neymar e Robinho são armadores pelos lados. A equipe
ganha força no meio-de-campo. E tem a mesma velocidade com os dois jogadores chegando juntos ao ataque.
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