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FUTEBOL
Famosos pelo espetáculo, rivais se destacam hoje pela força na
marcação
São Paulo e Santos trocam ataque total por pegada
MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Santos e São Paulo, ícones recentes do futebol arte, entram em
campo hoje, na Vila, com futebol
bastante diferente do que os consagrou nos últimos confrontos.
Com a maratona de jogos dos
santistas e com a mudança no comando dos são-paulinos, os rivais
abdicaram do espetáculo e apostam no pragmatismo para se
manterem nas primeiras colocações da tabela do Brasileiro.
O Santos de Emerson Leão e o
São Paulo de Roberto Rojas agora
prezam primeiro pela marcação.
Os santistas, que começaram a
rodada na terceira posição, destacam-se nos desarmes (130,7 por
jogo, em média) e nas faltas (26,5)
e têm a melhor defesa do torneio.
Foram apenas nove gols sofridos
até agora. Menos da metade sofrida pelo São Paulo (19), que pára o
adversário nas infrações (27,1). O
time do Morumbi é o terceiro
mais violento do Nacional: 30 cartões amarelos e cinco vermelhos.
As estatísticas de defesa levantadas pelo Datafolha dos rivais de
hoje impressionam mais do que
os insinuantes dribles de Robinho
ou os toques de letra famosos no
Morumbi. Paraná (24,7), Fluminense (20,4), Coritiba (19,4) e até
mesmo o lanterna Goiás (19,4)
driblam mais do que o Santos
(17,9) e o São Paulo (17).
Robinho não liga. Criticado pelas atuações bem menos empolgantes do que as que o projetaram
no ano passado, o atacante disse
que nada é mais importante do
que vencer. Ainda que só por um
gol de diferença. Leão foi mais
exigente. "Estamos tendo bons
resultados, mas precisamos melhorar nossa técnica", afirmou.
Nem com os 26 gols anotados
em 27 jogos do São Paulo em 2003
Luis Fabiano tem sido o alvo dos
maiores elogios de Rojas. O chileno, que assumiu há quatro semanas, adotou um esquema com três
volantes e insiste em enaltecer a
melhora da defesa desde então.
Com o demitido Oswaldo de
Oliveira, em média, o time fazia
2,52 gols e tomava 2,3 por partida
no Brasileiro. Com Rojas, que o
substituiu a partir da sétima rodada, o São Paulo piorou ofensivamente (média de 2,25 gols), mas
melhorou consideravelmente defensivamente -agora a média é
de 1,25 gols tomados por jogo.
"Não estou preocupado em jogar bonito nem com os cartões recebidos. Estou preocupado com o
rendimento, que está bom. A
marcação tem sido fundamental.
Estamos marcando muito melhor
que antes", disse o invicto Rojas,
que vai repetir a escalação de três
volantes que deu certo contra o
Grêmio em Porto Alegre.
Parede
Adriano, Alexandre e Júlio Baptista vão formar o meio-campo
com Aílton para tentar brecar os
avanços do Santos. "Ele [Rojas]
pediu para marcarmos mesmo
muito forte", afirmou Adriano.
Ainda que Kaká e Ricardinho,
contundidos, tivessem condição
de jogo, os volantes seriam mantidos. Kaká faria dupla com Luis
Fabiano no ataque.
"O São Paulo tem treinador. Eu
decido. Não para mostrar força,
mas para buscar o melhor do grupo. Os três volantes dão cobertura
e são importantes para proteger a
defesa", afirmou Rojas, que escolheu Jorginho Paulista para substituir Fabiano, suspenso.
O Santos também estará mais
fechado, apesar de jogar em casa.
Cansado de insistir com Willian e
Douglas no ataque, Leão decidiu
testar o reserva "curinga" Fabiano, ex-São Paulo, no setor.
"Ouvi uma entrevista do Rojas,
que dizia que não abrirá mão de
jogar com três volantes. Quem
tem uma filosofia dessas, joga primeiro para não perder", afirmou
Leão, que escalou o volante/lateral/meia para fazer, com Robinho, a dupla de frente.
NA TV - Globo (apenas para
São Paulo) e Record (só para
São Paulo e Curitiba), às 16h
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