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plano de saúde
Médico banca e "escala" o Fluminense
Presidente da empresa que patrocina o finalista da Libertadores contrata, paga salários e tem acesso direto ao treinador
Celso Barros, que levou a Unimed ao clube em 1999, disse ter tido uma conversa "braba" com Renato Gaúcho após derrota no Equador
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Com a ajuda dos milhões da
Unimed, o médico Celso Barros
é praticamente o dono do futebol do Fluminense. Presidente
da empresa que patrocina o
clube há quase dez anos, ele comanda a parceria desde o início
e, nesse período, ganhou amplos poderes nas Laranjeiras.
Atualmente, ele contrata, paga o salário dos jogadores e discute até mesmo a escalação
com os dirigentes do clube e o
técnico Renato Gaúcho.
Torcedor apaixonado do Fluminense, o médico é uma espécie de mecenas do clube. Só
nesta temporada, a cooperativa
de saúde baseada no Rio investirá R$ 20 milhões no futebol.
"Todos sabem que sou tricolor. Espero comemorar muito
com a torcida e os jogadores, na
quarta, no Maracanã", disse
Barros, 57, referindo-se à decisão de amanhã da Libertadores
contra a LDU, do Equador.
Os cariocas precisam vencer
por pelo menos três gols de diferença para conseguir, no
tempo normal, o título inédito
do torneio continental. Na semana passada, a LDU surpreendeu ao ganhar do Fluminense, por 4 a 2, em Quito.
Se o Fluminense conseguir
triunfar por dois gols de diferença no Maracanã, a finalíssima será decidida na prorrogação. Em caso de empate no
tempo extra, o troféu será conquistado pelo vencedor da disputa de pênaltis.
Às vésperas da decisão, Barros conversa, por telefone, várias vezes com Renato Gaúcho.
""Agora mesmo acabei de falar com ele. Tivemos uma conversa meio braba por causa do
resultado [do jogo de ida], mas
tenho certeza da vitória no
Rio", afirmou o médico, que
gosta de dar seus palpites sobre
a escalação da equipe.
""Falo sempre o que penso.
Gosto de dar a minha opinião,
mas quem escala a equipe é o
Renato", acrescentou.
Todas as contratações do clube passam pelo aval de Barros.
A chegada de Washington, Dodô e Conca ao tricolor e as permanências do zagueiro Thiago
Silva e do meia Thiago Neves
foram aprovadas pelo presidente da Unimed. O salário deles também. ""Claro que discuto
tudo", afirmou o médico.
Segundo Barros, a Unimed
não repassa o dinheiro aos cofres do Fluminense. A empresa
paga a maior parte do salário
dos atletas. ""Preferimos assim.
Fazemos e bancamos o contrato de direito de imagem de quase todos. Acho que essa é a melhor forma de ajudar o Fluminense", declarou ele.
De acordo com o balanço do
ano passado publicado pela diretoria, o déficit do clube é de
R$ 139 milhões.
A Unimed começou a investir no Fluminense em 1999. Na
época, o clube amargava a
maior crise da história e disputava a Série C do Brasileiro.
""Pegamos o Fluminense em
baixa. No início, pagávamos o
salário da comissão técnica,
que tinha o [treinador Carlos
Alberto] Parreira e vários profissionais famosos. O tempo
mostrou que a parceria foi
boa", afirmou o médico.
"Estamos em mais uma final.
Além do resultado esportivo, o
retorno para a empresa foi ótimo. Éramos os terceiros no
mercado carioca há dez anos.
Agora, somos os primeiros. Valeu a pena", concluiu Barros.
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