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Pequim 2008 / A graça do esporte - Ginástica, ginástica rítmica e trampolim
Insustentável leveza
Equilíbrio e elasticidade acompanham
e desafiam ginastas em suas carreiras
FABIO GRIJÓ
MARIANA BASTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Cada movimento é alcançado
numa fração. Erro ou acerto,
aquele instante passa rápido.
Quase num piscar de olhos.
O tempo curto de apresentação na ginástica artística, na ginástica rítmica e no trampolim
acrobático acoberta, de certa
maneira, a preparação exaustiva que acompanha, por toda a
vida, seus praticantes.
As 24 horas do dia se revelam
poucas para os ginastas. Manhã, tarde e, às vezes, noite -ou
seja, o dia inteiro- abrangem
os treinamentos. Eles seguem
uma lógica das modalidades: só
com a eterna repetição dos elementos será possível (tentar)
chegar à perfeição na hora de
competir e buscar medalhas.
Equilíbrio e elasticidade são
os pilares dos esportes, que exigem dos atletas uma constante
leveza. Não é à toa que seus seguidores têm pouco peso.
"Equilíbrio e elasticidade são
fatores trabalhados desde o início da carreira, a partir dos cinco anos de idade", diz Roger
Medina, da comissão técnica da
seleção de ginástica artística.
"O equilíbrio é um fator particular da idade do ginasta. Dependendo da idade, o atleta vai
desenvolver determinados
exercícios para melhorar o
equilíbrio. O auge do equilíbrio
de um atleta é entre os 12 e 13
anos", fala o treinador.
"A elasticidade é um fator nato do atleta, que pode e deve ser
aprimorado com os exercícios
de alongamento. Mas deve ser
algo natural do ginasta. É pré-requisito para começar a treinar na ginástica", diz Medina.
Os movimentos desafiam o
corpo dos atletas. Fazem parecer que são produtos elásticos,
com piruetas, alongamentos,
aberturas de pernas e rodopios
que qualquer mortal teria dificuldade de repetir. Ainda mais
com o peso de não errar na hora
decisiva, a que define o título.
A ginástica é uma das modalidades mais vistas e procuradas em Jogos Olímpicos. A
plasticidade chama a atenção
dos espectadores.
Também salta aos olhos a
constante busca pela perfeição
que rodeia os ginastas.
"A ginástica é um esporte de
extrema precisão e perfeição de
movimentos. Na competição, o
ginasta nunca tem segunda
chance. Por isso, é necessária a
repetição para conquistar essa
precisão, para que o ginasta
consiga desenvolver os movimentos de maneira quase automática na hora de uma competição", afirma Medina.
"O maior desafio do ginasta é
a superação. Para agüentar a
rotina intensa de trabalho nos
treinamentos, as cobranças
desde tão cedo, ainda quando
criança, e as lesões que freqüentemente aparecem."
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