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Sem emoção, clássico, mais uma vez, fica no 0
Após segundo empate, São Paulo está fora do G4, e Santos, na zona de descenso
São Paulo 0
Santos 0
DA REPORTAGEM LOCAL
Dominantes nos dois últimos
anos no Brasil, São Paulo e Santos mostraram por que vivem
uma temporada com resultados inexpressivos, quadro que
dificilmente mudará. O clássico
entre os dois times não teve
gols, foram poucas as conclusões, o público esteve ausente, e
o empate foi ruim para ambos.
Foi a segunda vez no Brasileiro que o San-São terminou com
ausência de gol. É o único confronto entre dois times neste
campeonato em que houve dois
jogos nos quais os goleiros não
foram vazados. Assim, o São
Paulo está fora da zona de Libertadores, e o Santos, dentro
do grupo dos rebaixados.
Dois lances são emblemáticos sobre o clássico. Aos 28min
da segunda etapa, Hernanes,
articulador do São Paulo, cobrou falta quase na altura da arquibancada. Depois, aos 47min,
o artilheiro do Brasileiro Kléber Pereira (tem 15 gols, ao lado
de Alex Mineiro, do Palmeiras),
no limite da pequena área, livre, foi traído pelo quique da
bola e "furou", bisonhamente.
Antes e depois dessas "finalizações", sobraram bolas perdidas, cruzamentos e chutes sem
direção. No jogo, houve apenas
17 conclusões (11 do São Paulo e
6 do Santos), sendo apenas
duas delas na direção certa.
Em outros quesitos técnicos,
a fraca qualidade também ficou
flagrante. Os são-paulinos perderam 49 bolas, e os santistas,
53. O time da Baixada Santista
falhou em 90% de seus cruzamentos, e a equipe da capital
não acertou 73,3%.
Pior foi no primeiro tempo,
sem nenhuma oportunidade
clara de gol. Visitante, o Santos
atuava recuado, embora mantivesse a posse de bola. E o São
Paulo não mostrava inspiração.
"Nossos zagueiros estão tendo que armar. Não é normal",
contou o são-paulino André Lima. "Está razoável. Podemos
melhorar", rebatia o técnico
santista Márcio Fernandes.
Sem qualidade, as duas equipes voltaram para o segundo
tempo, ao menos, com correria.
Principalmente o São Paulo,
que passou a atuar mais pelas
laterais, procurando suas tradicionais jogadas aéreas.
E o time da casa chegou a dar
uma blitz sobre o rival, com seguidos lançamentos para seus
dois atacantes, André Lima e
Borges. No melhor deles, o primeiro quase fez de cabeça.
A pequena torcida tricolor
até tentava empurrar. Mas outros lances de área se seguiram
e, com eles, erros de conclusão.
Se errava na frente, o São
Paulo também falhava atrás.
Alguns passes equivocados na
saída de bola e até de posicionamento propiciaram contra-ataques ao Santos, que foi quem
mais ameaçou no final, com a
contribuição de Molina, que
substituiu Cuevas.
A maior chance foi com Wendel, que avançou pela lateral direita, superou adversários e
chutou forte, cruzado. O goleiro Rogério realizou boa defesa.
Mas, assim como o São Paulo,
o Santos se fartou de dar chutes
por cima da trave. E o resultado, como esperado, foi a falta de
gols. Ao lado do campo, os treinadores Márcio Fernandes e
Muricy Ramalho se esgoelavam, gritando com todos os
seus jogadores. Não adiantou.
(RODRIGO BUENO E RODRIGO MATTOS)
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