São Paulo, domingo, 01 de dezembro de 2002

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Com 5 desfalques, gaúchos confiam em tática

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Com seu jeito ponderado e didático, o técnico Tite, do Grêmio, chega às semifinais do campeonato fortalecido após ter sofrido as primeiras e isoladas contestações por parte de setores do clube.
Motivo principal das críticas: a insistência em manter o esquema tático 3-5-2, cuja eficácia tão contestada no Brasil levou o país ao pentacampeonato mundial.
Em nenhum momento, nem mesmo quando o Grêmio visitou a faixa de rebaixamento, no início do torneio, Tite abriu mão de suas convicções. O motivo está em duas frases repisadas à exaustão: ""Futebol se ganha com repetição" e ""Só saio do Grêmio no dia em que o Grêmio não me quiser".
Pois é justamente a dificuldade de repetição que sustenta a principal queixa do treinador. Nunca, neste campeonato, ele conseguiu repetir um mesmo time. Pelo menos, manteve a concepção tática.
Mesmo assim -e apesar de não ter zagueiros de ofício no grupo principal-, Tite conseguiu ter a melhor defesa do campeonato. Em 27 jogos até agora, sofreu apenas 29 gols, o que dá uma média de 1,07 gol por partida.
Com as ausências de hoje, por exemplo, o Grêmio não terá seus dois volantes titulares e todo o lado esquerdo da defesa. Nos jogos contra o Juventude, os problemas estavam no lado direito -com os desfalques, então, de Ânderson Lima, Tinga e Luís Mário. Ou seja, os problemas só variam de lugar.
Além de Gilberto (ala-esquerdo), Roger, zagueiro pela esquerda cuja posição de origem era lateral, está suspenso por ter levado o terceiro cartão amarelo na vitória sobre o Juventude, na quarta.
Mas Tite não abre mão: manterá a formatação 3-5-2, e os três zagueiros que jogarão são Anderson Polga, Claudiomiro e Adriano.
A dupla de volantes será formada por Emerson (substituto natural do suspenso Gavião) e Lauro (no lugar do contundido Tinga). A opção por Lauro ocorre em razão de ele ser um jogador mais rápido, com mobilidade maior que a de Fernando, outro jogador que poderia entrar na equipe. Essa escalação procura fazer com que a equipe fique o menos descaracterizada possível.
As ausências de Gilberto e Tinga representam um problema, também, na armação das jogadas, o que tem repercussão na defesa e no ataque. Na defesa, porque a contenção da bola no meio se torna mais difícil, e a bola retorna mais fácil quando perdida. No ataque, porque a produção é menor -os dois são responsáveis pela maioria das jogadas.
Também no ataque há um desfalque na equipe: Luís Mário, com uma fratura na mão direita. No seu lugar, deverá jogar César.
""Teremos a humildade de fazer uma marcação especial sobre Diego e Robinho, para evitar uma surpresa", diz o ala-direito Ânderson Lima, um ex-santista.
""O empate é um bom resultado para nós, principalmente porque estamos com desfalques importantes", conclui o meia Rodrigo Fabri, também ex-santista.



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