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VÔLEI
Argentino Javier Weber, que ajudou a eliminar o país em Sydney-2000, é técnico da Unisul, líder do torneio masculino
Carrasco do Brasil vira guru na Superliga
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
Ele vibrou como poucos em
uma das piores derrotas da história da seleção brasileira de vôlei.
Em Sydney, Carlos Javier Weber
era o levantador da equipe argentina que eliminou o Brasil dos Jogos Olímpicos de 2000.
Mas o momento de rivalidade
explícita do jogador está longe de
ser regra na carreira daquele que
pode até ser considerado o "Maurício" do país vizinho. Weber, 37,
está há oito anos no Brasil. Duas
vezes campeão da Superliga pela
Ulbra, ele agora é técnico do time
sensação deste ano, a Unisul.
Depois de, em 2002, ter acumulado as funções de técnico e levantador, o argentino assumiu de vez
o banco e já levou o time catarinense ao primeiro posto da fase
de classificação (16 vitórias e quatro derrotas) e aos mata-matas.
Ele é o primeiro técnico estrangeiro a obter sucesso na Superliga.
A vontade de se dedicar exclusivamente à carreira de treinador já
havia aparecido há algum tempo.
Mas o Mundial na Argentina, em outubro passado, fez o plano ser
adiado. "Era uma ótima oportunidade [a disputa em casa] para
me despedir do vôlei", diz Weber.
Para conseguir participar do último Mundial pela seleção da Argentina -foram cinco, além de três Olimpíadas-, ele assinou
contrato com a Unisul por dois anos, fato raro no Brasil.
"Agora, finalmente, posso virar minha cabeça completamente para a preparação dos treinos, dos jogos", afirma o ex-jogador.
Weber teve tempo para mudar a forma de treinar da equipe. O técnico tem levado os atletas para as praias de Florianópolis.
"Se você reparar, a equipe da
Unisul está sobrando fisicamente.
Treinamos pela manhã na praia, o
que dá ótimas condições de treino", afirma o atacante Carlão.
Weber é classificado por seus
comandados como vibrante, estudioso, justo, companheiro.
"Ele quer que a gente esteja
sempre 100%. E não importa o resultado, ele quer ver sua dedicação", conta Wallace, uma das revelações da Superliga deste ano.
Assim como o jovem Wallace,
19, Weber começou a aparecer
desde cedo no vôlei argentino. O
levantador, que se iniciou nas
quadras aos sete anos, chegou à
seleção pouco mais de dez anos
depois. Desde então, defendeu a
Argentina nas principais conquistas do vôlei do país, como o Pan-95 e o bronze na Olimpíada-88.
Das duas conquistas, é o Pan-Americano que Weber cita em
primeiro lugar na sua lista de momentos inesquecíveis da carreira.
Na final, os argentinos bateram os
EUA e ficaram com o ouro.
As outras duas lembranças são
relacionadas ao Brasil: o bicampeonato da Superliga pela Ulbra e
a vitória que eliminou a seleção
brasileira de Sydney-2000.
Esse jogo, aliás, é sempre invocado quando Weber sente mais
na pele a rivalidade entre brasileiros e argentinos. "Quando a Argentina foi eliminada da Copa-2002, pegamos no pé dele. Mas ele
lembrou aquela derrota e tivemos
de ficar quietos. Ele é bom de argumento", diverte-se Wallace.
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