|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GRUPO C/AMANHÃ
Com seu estilo personalista, técnico será atração do Brasil na estréia na Copa
Scolari promete careta e se candidata a roubar a cena
DOS ENVIADOS A ULSAN
O dono da seleção na Copa do
Mundo não estará dentro de campo amanhã cedo. Apesar de contar com jogadores milionários como Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho, o grande nome do time que
estreará no Mundial, contra a
Turquia, em Ulsan, é o técnico
Luiz Felipe Scolari.
Personalista, disciplinador e
passional, o treinador sempre
roubou a cena nos clubes em que
trabalhou. Atualmente, a história
é a mesma na seleção.
Para a sua estréia no cargo no
Mundial, o treinador promete
manter o seu estilo cênico: com
muitas caretas, gestos e gritos do
banco de reservas
"O meu estilo vai continuar. Se
cheguei na seleção pelo meu trabalho, os atletas vão esperar a
mesma coisa. Não vou mudar nada. Vai ter careta, sim", afirmou
Scolari, que parece atuar com os
atletas dentro de campo.
Como uma espécie de 12º jogador, o treinador já chegou ao absurdo de jogar bolas para dentro
de campo para garantir o resultado em favor do Palmeiras no melhor estilo do futebol de várzea.
Detalhista e disciplinador, Scolari, que foi um fraco zagueiro no
interior do Rio Grande do Sul,
não faz concessão.
Ele não poupa nenhum jogador
durante os treinamentos. Nos últimos dias em Ulsan, o treinador
gritou com atletas famosos como
Ronaldo, Rivaldo, Roberto Carlos
e Ronaldinho.
Às vésperas da estréia da seleção
na Copa, a lua-de-mel de Scolari
com Ronaldo parece ter chegado
ao fim. Embora tenha sido o principal incentivador da recuperação
do jogador, o relacionamento dos
dois já dá sinais de desgaste.
Na sexta-feira, ele disse que Ronaldo não será o "Fenômeno",
como era chamado no auge da
sua carreira na Europa, na Copa.
No treino de ontem, em Ulsan,
Scolari deu uma série de broncas
no atacante. Logo após o treino, o
treinador mandou um recado ao
jogador. Scolari admitiu que poderá barrá-lo durante o Mundial.
"Já disse que não tenho que preservar ninguém. Não tenho que
preservar a, b, ou c. Vou fazer o
melhor para o time. Tenho 23 jogadores, todos podem jogar", disse o técnico da seleção, que ganhou notoriedade por ganhar títulos importantes com times sem
estrelas como o Palmeiras de 99,
campeão da Taça Libertadores.
A prova mais forte do seu estilo
disciplinador foi a não-convocação da maior unanimidade do futebol brasileiro: o atacante Romário, do Vasco, de 36 anos.
Como se não bastasse a pressão
popular -torcedores protestaram na porta da CBF em favor do
jogador-, Romário contou com
o lobby até do presidente Fernando Henrique Cardoso, mas nada
adiantou. Scolari decidiu excluir
Romário da Copa do Mundo por
problemas disciplinares.
Depois de cerca de 20 anos como treinador, o passional Scolari
não esconde que está nervoso
com a sua estréia na seleção brasileira, mas promete classificar o time entre os quatro primeiros.
"Todos estão nervosos. Eu não
sou exceção", disse o treinador,
que começou a carreira treinando
equipes de estudantes em Caxias
do Sul (RS).
"Mesmo assim, posso garantir
que vou deixar a seleção entre os
quatro primeiras colocadas. Depois, vamos traçar a meta do título", acrescentou.
(FV, FM, JAB, SR)
Texto Anterior: Tostão: Diálogo imaginário com Felipão Próximo Texto: Frases Índice
|