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GRUPO C/AMANHÃ
Astros do time pouco jogam em seus clubes
Conto de fadas deixa os turcos enfraquecidos
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A GWANGJU
Bons resultados nos clubes locais. Fama repentina e um ótimo
contrato com uma equipe do milionário futebol italiano. Depois,
com problemas de adaptação,
vem o banco de reservas e, consequentemente, uma seleção, às
vésperas de voltar a disputar uma
Copa depois de 48 anos, sem ritmo de jogo e enfraquecida.
O conto de fadas do futebol da
seleção da Turquia, adversária do
Brasil na estréia do Mundial de
2002, amanhã, em Ulsan, emperrou no momento em que os principais jogadores desse país foram
ganhar dinheiro em centros mais
desenvolvidos da Europa.
A partir do Galatasaray, equipe
que cresceu e passou a se destacar
nas competições européias de clubes, uma legião de atletas turcos
trocou o status de astros para seus
fanáticos compatriotas pelo ostracismo do banco de reservas.
Os casos mais emblemáticos são
os dos quatro convocados pelo
técnico Senol Gunes que jogam
em agremiações italianas.
Isso vale até para o grande astro
da equipe, o atacante Hakan Sukur, 30. Em 2000, ele trocou o Galatasaray pelo futebol italiano e
nunca mais foi o mesmo. Em duas
temporadas na Itália, não entrou
em campo em quase metade dos
compromissos de seus clubes
(Parma e Inter). No Nacional,
acumula só oito gols em 39 jogos.
Quando atuava na Turquia, tinha
média quase três vezes maior.
Se para o mais famoso futebolista turco a realidade da Europa
ocidental foi dura, para os outros
foi ainda mais tenebrosa.
Ao final da temporada 2000/
2001, o Galatasaray negociou três
de seus astros. Todos tiveram como destino a cidade italiana de
Milão e o banco de reservas.
Na Inter, o meia Okan Buruk,
28, trocou as manchetes pelas notas de rodapé. Dos 34 jogos da sua
equipe no Italiano, ele só entrou
em campo em sete.
Seu compatriota Belozoglu, 21,
também contratado pela Inter, foi
um pouco melhor -participou
de 14 jogos, mas, em compensação, não marcou nenhum gol.
No outro grande da cidade do
norte da Itália, o Milan, outro turco fracassou. O meia Davala, 28,
naufragou como seus patrícios e
só entrou em campo em 10 das 34
partidas que seu time realizou no
Nacional, também sem fazer gols.
Com esses quatro jogadores, que
estarão na Copa, sem ritmo, a
Turquia fez uma pré-temporada
pífia para o Mundial.
Nos amistosos registrados pela
Fifa, a Turquia só ganhou do Chile. Além disso, perdeu para o
Equador e para a África do Sul.
Também teve um empate sem
gols com a Coréia do Sul.
A geração que hoje sofre com a
falta de ritmo foi responsável por
tirar a Turquia do limbo do futebol mundial na década passada.
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