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PINGUE-PONGUE
Espírito de grupo ditou convocação, diz Regina Brandão
DOS ENVIADOS A ULSAN
Os torcedores conheceram
Regina Brandão quando o Palmeiras conquistou a Copa do
Brasil de 98. Enquanto comemorava o título ainda no campo, Luiz Felipe Scolari, que então treinava o clube do Parque
Antarctica, dedicou o título a
três pessoas: o jornalista Joelmir Betting, o médico Osmar
de Oliveira e Regina.
Eles tinham proferido palestras aos atletas às vésperas da
decisão contra o Cruzeiro, e o
resultado, na avaliação de Scolari, fora crucial para a vitória.
A partir dessa experiência,
ele não desgrudou mais da psicóloga, a quem recorreu quando foi para o Cruzeiro.
Regina também já trabalhou
no São Paulo, no Inter, no Grêmio e no Santos.
Hoje, aos 48 anos, a psicóloga trabalha para o time de basquete do COC/Ribeirão, presta
assessoria a equipes de futebol,
ao técnico da seleção brasileira
e dá aulas em duas faculdades.
Regina fez pós-graduação
em psicologia do esporte em
Cuba e doutorado em ciência
do esporte na Unicamp, com
tese sobre estresse em jogadores de futebol profissional.
Na última quinta-feira, no
início da noite na Coréia, começo da manhã no Brasil, ela
falou à Folha por telefone.
(FV, FM, JAB E SR)
Folha - O que Scolari alegou
quando informou que a CBF não
iria querer os seus serviços?
Regina Brandão - Ele só disse
que a CBF tinha a idéia dela sobre o assunto. Falou para mim:
"Não vou te colocar lá dentro à
força, pois não quero te queimar profissionalmente".
Achei muito legal da parte dele. Então resolvemos que eu faria uma assessoria, não para a
CBF, mas para ele.
Folha - Como são os relatórios
sobre os perfis psicológicos de
times e jogadores?
Regina - Converso com os
atletas durante várias horas e
observo o cotidiano do clube.
Além de fazer um relatório do
grupo e outros específicos de
cada atleta, cruzo aspectos psicológicos com as posições em
campo, concluindo que setor
tem mais dificuldades para
cumprir certas funções.
Folha - Por que Scolari gosta
tanto de psicologia esportiva?
Regina - Se você reparar, ele
nunca teve resultados imediatos em equipes, pois precisa de
um tempo para sentir os atletas. Quando conversamos, ele
me disse que não teria 11 jogadores na Copa, mas 23. Concordamos que um atleta pode
até decidir um jogo, mas um time decide um campeonato.
Folha - Foi por isso que Romário não teve vez...
Regina - Não adianta um
atleta ter um perfil e os outros
terem outro. O que chamou a
atenção nesses 23 atletas é que
todos têm a característica de
produzir para o grupo.
Folha - Como você viu a entrada do Juninho no time titular?
Regina - Ele se encaixou muito bem na seleção, é um atleta
com muito espírito de grupo.
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