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PESQUISA
Esforço físico extenuante desregularia o ciclo menstrual de atletas, provocando vários problemas de saúde
COI estuda efeitos de treino excessivo na menstruação
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Comitê Olímpico Internacional realiza pesquisa sobre como a
atividade física extenuante desempenhada por atletas de elite
desregula seus ciclos menstruais
e, com base nos dados analisados,
quer buscar medidas preventivas.
Estima-se que 20% das atletas
sofrem desse mal -em comparação com 5% do total da população
feminina. Segundo o COI, o número de atletas afetados hoje por
esse mal é, provavelmente, superior do que há algumas décadas.
As performances atléticas podem ser afetadas pelos ciclos
menstruais de atletas, até mesmo
daquelas que normalmente não
menstruam, ou por alterações nos
níveis de hormônios de usuárias
de anticoncepcionais. Da mesma
forma, a atividade física extenuante pode afetar o ciclo menstrual, causando problemas.
As consequências a curto e a
longo prazo incluem infertilidade, lentidão do metabolismo basal (energia mínima despendida
pelo corpo para mantê-lo em funcionamento) e muscular, aumento do risco de fraturas por estresse, osteoporose prematura etc.
Estudos semelhantes foram realizados com bailarinas e representantes de modalidades como atletismo e natação, mas, desde
Sydney-2000, o COI aumentou
seu esforço nessa direção após assinar convênios com laboratórios.
Para a primeira fase da pesquisa, que tem à frente Elizabeth
Egan, foram observadas entre 200
e 250 atletas que se preparavam
para a edição deste ano dos Jogos
de Inverno, em Salt Lake (EUA).
Cerca de 50 delas preencheram
questionários diários com questões sobre seus ciclos menstruais,
estado emocional, massa corporal, estresse emocional e rotina de
treinos para serem usadas na segunda e última fase dos estudos.
Essas voluntárias começaram a
medir suas respectivas temperaturas diariamente pela manhã
meses antes do início dos Jogos de
Inverno como um parâmetro das
fases de seus ciclos menstruais.
"Vamos concluir essa segunda
parte em cerca de 12 meses", calculou Elizabeth, em contato por
telefone com a Folha. "Porém, essa não será uma pesquisa definitiva, sempre vai ser possível encontrar mais dados relevantes."
Segundo os responsáveis pelo
trabalho, os resultados dos estudos poderão ser revertidos em benefícios não somente para as atletas e seus técnicos, mas também
para a população em geral, que
contará com mais subsídios para
lidar com a disfunção menstrual.
Há uma teoria que afirma que
os treinamentos fisicamente extenuantes atrasariam a primeira
menstruação e isso acarretaria
problemas no ciclo menstrual
dessas atletas no futuro. Outra,
que a disfunção hormonal, associada com as provas de atletismo
ou com a ginástica, afeta também
praticantes de outras modalidades, sem distinção.
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