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TÊNIS
Balé nunca mais
Wimbledon-08 preserva verde a grama próxima à rede e pune aqueles que ousam apostar no saque e no voleio
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
PRÉ-ADOLESCENTE, acompanhava atentamente às inúmeras tentativas de sucesso de
Ivan Lendl na grama. Ele nunca
conseguia. Como um sujeito tão brilhante, talentoso, elegante, calculista e, além disso, o melhor de todos,
não batia nos outros nesse piso?
Jogar na rede não era para qualquer um, nunca foi, mas Lendl estava longe de ser um "qualquer um".
Em Wimbledon, o frio Lendl, que foi
campeão juvenil, fazia cara feia, de
puro desespero, quando adulto. Sofria como um calouro, tentava, mas
nada conseguia. Era difícil entender.
Menino do interior, lembro então
de ter lido uma notícia impactante:
Ivan Lendl, meu ídolo, começava a
fazer aulas de balé. O objetivo? Ganhar mais agilidade, flexibilidade e
reflexo para ter sucesso na rede.
Como podia um cara macho e
"cool" aderir ao balé, pensava eu, na
mais pura ignorância juvenil? Desisti de Lendl, e ele, com balé ou não,
chegou a 94 títulos, 19 finais de
Grand Slam, mais de mil vitórias e
cerca de US$ 21 milhões em prêmios, mas nunca triunfou na grama
londrina. Outros tempos...
Hoje, para que subir à rede? Ou
melhor: para que balé? Wimbledon,
atualmente, não exige mais tamanha destreza e pune aqueles que se
atrevem a sacar e subir à rede.
Sam Querrey, 1,98 m, um símbolo
do estilo sacador, caiu na estréia para o especialista em saibro Juan Carlos Ferrero. O que dizer de Ivo Karlovic, também conhecido por seu saque-voleio, que ficou a ver navios na
primeira rodada? Andy Roddick, um
dos melhores sacadores do mundo,
escorregou na segunda rodada.
A grama está intacta na parte mais
próxima à rede, onde, antes, ela quase nunca aparecia. Até pouco tempo
atrás, era a área mais habitada da
quadra. Quem não se lembra da final
entre Patrick Rafter e Goran Ivanisevic? Ou Stefan Edberg e Boris Becker? Becker e Pete Sampras?
Até o dominador Roger Federer
agora fica atrás, colado à linha. Espremida no calendário, longe do crédito que tinha, a temporada de grama virou "época de transição". A
tendência é essa? Então em Wimbledon-09 aposto em Ivan Lendl.
NAS BAHAMAS
Chris Evert, ex-número 1 do mundo e 18 títulos de Grand Slam, casou-se formalmente com o golfista
Greg Norman, em Paradise Island.
Aos 53, ela continuando arrancando suspiros de muitos marmanjos.
EM TERESINA
Rodrigo Guidolin (SP) ganhou seu
primeiro título. Levou o troféu do
Future de Teresina ao bater Chritian Benedetti (ARG) em dois sets
na final no Radical Sports Center.
EM BRASÍLIA
A partir da próxima terça, a capital
federal recebe uma série de cinco
torneios, começando com os infanto-juvenis e indo até os veteranos.
reandaku@uol.com.br
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