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Radar monitora os saques do vôlei
No Japão, seleção feminina mede com aparelho a velocidade da bola, que deve atingir ao menos 70 km/h
LUÍS FERRARI
ENVIADO ESPECIAL A OSAKA
Menos de 24 horas depois de
chegar a Osaka, onde faz aclimatação para a Olimpíada de
Pequim, a seleção feminina de
vôlei já estava na quadra para o
primeiro dos dois períodos de
treino, que demorou cerca de
três horas e só acabou com um
treino de precisão nos saques.
"Quem acertar neste quadrado da quadra acima de 70 km/h
pode parar", avisou Paulo Coco,
da comissão técnica do técnico
Zé Roberto Guimarães, apontando para uma área demarcada no piso da quadra japonesa.
Ao seu lado, de radar portátil
em punho, outro membro da
equipe técnica media a velocidade dos serviços das atletas.
No ano passado, o aparelho
passou a integrar o equipamento da equipe feminina. "Começamos a avaliar os saques das
cubanas, os ataques das atletas
que são mais fortes. A gente
mede no jogo a potência dos saques e tenta reproduzir isso nos
treinamentos", explica Coco.
Zé Roberto conta uma das
metas que procura alcançar
com isso. "O saque da Paula Pequeno, por exemplo, precisa
sair acima de 80 km/h. Se é
abaixo, facilita a recepção."
As jogadoras aprovam o método. "Eles estipulam uma velocidade. Tentamos fazer isso
no treinamento de maneira
precisa, para que fique natural
no jogo, para o movimento sair
normalmente e para memorizar melhor o movimento dentro da velocidade com que iremos sacar", afirma Walewska.
A ênfase nos treinamentos
de saque e recepção, segundo
Coco, são as principais conseqüências da nova bola, que estréia em Pequim. "É uma bola
difícil para passar, que flutua
muito. Então os fundamentos
em que mais insistimos são o
passe e o saque."
Focada nos treinos e impulsionada pelo título do Grand
Prix, a equipe de Zé Roberto, alvo de desconfianças desde a
traumática derrota na semifinal de Atenas-04, desfruta de
um momento que o treinador
qualifica como "um dos melhores" dos últimos quatro anos.
"O Grand Prix foi ótimo para
dar ritmo de jogo. Claro que é
preciso manter o foco, mas estamos conscientes de que temos chances de ir até a final",
declarou a ponta Mari, uma das
vilãs na Olimpíada grega ao
desperdiçar oportunidades de
fazer o ponto que levaria a seleção à disputa do ouro.
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