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Cavalo de Rodrigo Pessoa é flagrado em antidoping
Rufus teve resultado positivo em exame realizado na final individual em Pequim, na qual o conjunto ficou em quinto
Substância é da mesma família detectada no teste dos animais de Bernardo Alves e de mais três atletas, que também serão julgados
DA REPORTAGEM LOCAL
O cavalo Rufus, que levou
Rodrigo Pessoa ao quinto lugar
nos Jogos Olímpicos, foi flagrado em exame antidoping. O teste, realizado na final olímpica,
apontou a presença de nonivamida, usada para alívio de dor.
Com esse último resultado,
divulgado ontem, a competição
chinesa registra saldo de seis
testes positivos, dois deles envolvendo conjuntos brasileiros.
A modalidade da delegação
nacional que mais gastou na
preparação para a Olimpíada ficou fora do pódio pela primeira
vez desde os Jogos de Atlanta-1996, perdeu três montarias
por problemas veterinários e
registrou dois casos de doping.
Chupa Chup, cavalo de Bernardo Alves, já havia sido flagrado com substância da mesma família da detectada em Rufus -o resultado da amostra B
será conhecido hoje. O conjunto foi desclassificado dos Jogos.
Se o resultado positivo for
comprovado, Pessoa deverá ser
ouvido em uma semana pela
Federação Eqüestre Internacional (FEI). Ele deve ser suspenso. No entanto, como a
substância não é usada para aumento de performance, a pena
não deve ser muito severa.
O cavaleiro, por meio de nota, disse que só irá se pronunciará após audiência na FEI.
Ainda na China, o presidente
da CBH (Confederação Brasileira de Hipismo), Maurício
Manfredi, havia dito que os resultados positivos pegaram os
atletas de surpresa. Segundo o
dirigente, o uso de gel contendo
essas substâncias é difundido
no hipismo europeu e os cavalos são submetidos periodicamente a antidopings, sem nunca terem sido flagrados.
A assessoria da entidade afirmou que a CBH só se pronunciaria sobre o caso de Rufus
após abertura da amostra B.
O veterinário Thomas Wolff,
que acompanhou a equipe em
Hong Kong, avalia que os conjuntos assumiram um risco.
"Arriscado é, a substância está lá. Mas esses produtos se encontram no mercado e são bastante conhecidos e usados."
Segundo ele, cada cavaleiro
decide como tratar o cavalo e
quais produtos utilizar. O veterinário da confederação é consultado quando há problemas
com os animais ou é necessária
a prescrição de medicamentos.
"Os cavalos já são acompanhados por profissionais há
muito tempo. Essas massagens
fazem parte da rotina diária, da
cocheira, com o tratador."
Wolff afirmou que os cavaleiros se preocuparam em verificar se estava tudo bem com os
cavalos após o caso de Chupa
Chup. Mas nenhum problema
foi relatado a ele.
Quando o caso envolvendo
Alves foi anunciado, Nelson
Pessoa, pai de Rodrigo, avaliou
que houve um erro no uso do
gel. "Sempre recomendo não
passar nada nos cavalos sem falar com os veterinários. O laboratório daqui [Hong Kong] é o
mais avançado do mundo. Se
um cavalo de 500 kg tiver tomado aspirina, aparece."
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