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FUTEBOL
Árbitros de todo o país escolherão sucessor de Márcio Rezende de Freitas
Juízes se unem para eleger seu presidente pela 1ª vez
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
Os árbitros de todo o país escolherão, pela primeira vez, o novo
presidente da Anaf (Associação
Nacional dos Árbitros de Futebol), entidade principal da categoria. A eleição direta contará
com o voto de 650 árbitros e assistentes do quadro da CBF e da Fifa
no dia 5 de dezembro.
""A intenção é deselitizar [sic] o
pleito. Além disso, a eleição dá
mais transparência à entidade",
disse o presidente da Anaf, o mineiro Márcio Rezende de Freitas.
A mudança nas regras eleitorais
da entidade vai acirrar a disputa
do pleito. Até a eleição anterior,
somente os presidentes dos sindicatos estaduais da categoria (27)
tinham direito a votar.
""Nossa intenção é acabar com
os velhos sistemas e com o continuísmo", disse Freitas, que conseguiu aprovar outras duas novidades sobre a eleição no estatuto da
entidade.
A partir do próximo ano, o presidente terá seu mandato reduzido de três para dois anos. Ele não
poderá mais se perpetuar no poder como é pratica nos clubes e
nas federações do país. De acordo
com o estatuto, o presidente só
poderá se reeleger uma vez.
""Se sempre combatemos a
mentalidade antiga de se administrar o futebol, não podíamos
admitir várias reeleições na nossa
entidade", disse o árbitro, que representou o Brasil na Copa do
Mundo de 1998, na França.
Com a ampliação do colégio
eleitoral, a Anaf já definiu como
será o sistema eleitoral. Os árbitros e assistentes votarão nos seus
sindicatos no dia 5 de dezembro.
De lá, os presidentes regionais farão a apuração dos votos e enviarão o resultado para o Rio, sede da
entidade, local da totalização.
Candidatos
Para a eleição de 5 de dezembro,
Freitas, que está no cargo desde
2000, diz que não vai se candidatar a um novo mandato.
Com a vaga em aberto, nenhum
candidato lançou sua candidatura
oficial. Mesmo assim, três ex-árbitros tentam a vaga. José de Assis
Aragão é o preferido de Freitas.
Aragão presidiu o sindicato paulista nos últimos anos.
O gaúcho José Mocelim já
anunciou que pretende concorrer, mas ainda não registrou a
chapa. Ele chegou a ser aspirante
ao quadro da Fifa, cargo que não
existe mais na hierarquia da arbitragem nacional.
O carioca Jorge Travassos, que
comandou a entidade no último
mandato, também poderá ser
candidato. Ele foi árbitro da Fifa.
Críticas a Marques
Apesar de não ter poder para interferir nas comissões de arbitragem ligadas às entidades esportivas, a Anaf adota uma postura crítica em relação ao presidente da
Comissão Nacional de Arbitragem da CBF, Armando Marques.
Recentemente, Freitas disse que
a arbitragem estava "largada".
Logo em seguida, a entidade decidiu esvaziar o poder de Marques. No mês passado, a Anaf enviou um documento ao deputado
Gilmar Machado (PT-MG) com
as propostas da categoria para o
Estatuto do Desporto. O congressista, aliado político do ministro
Agnelo Queiroz (Esporte), é relator do código, projeto de lei que
vai unificar a legislação no esporte
a partir de 2004.
Na proposta, a Anaf pede a participação de representantes de
atletas, árbitros e treinadores nas
comissões de arbitragem para dar
mais transparência nas definições
das escalas. Atualmente, Marques
divide a comissão com quatro ex-árbitros nomeados por ele.
A principal reclamação da Anaf
é em relação ao sorteio de árbitros. Para Marques, o sistema é
ruim porque não privilegia os melhores juízes nas escalas. A entidade também reclama do item do
Estatuto do Torcedor que proíbe
a CBF de pagar as taxas de arbitragem. Alegam que o nível de inadimplência aumentou muito com
a obrigatoriedade de os clubes
bancarem a diária dos juízes.
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