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FUTEBOL
Muito prazer, Fluminense
Sem desconhecer a história e as três cores que traduzem tradição, só agora América e mundo cumprimentam o Flu
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
MEU maior amigo tricolor
(os outros são times de três
cores, né?), sempre sereno
como normalmente é a torcida do
"Rei do Rio", mantinha até ontem
um certo ar blasé mesmo consciente
de que a Libertadores foi a coisa
mais sobrenatural que o Fluminense experimentou em sua história.
"Eu não sou desses que pensam
que a Copa Rio foi um Mundial. Eu
nunca entrei nessa", diz meu antigo
colega, elegante nesta hora boa e nos
diversos momentos em que o Flu esteve mal nas últimas duas décadas.
O ranking da Conmebol, apesar de
discutível e agora desatualizado, colocava o Fluminense até este ano na
15ª posição dentre os times brasileiros (empatado em pontos com o
Guarani, mas atrás do alviverde
campineiro por sua baixa pontuação
na Libertadores). Veja lá e confira os
ainda 24 pontos em Libertadores,
20 em Copa Sul-Americana e 6 em
Copa Conmebol, total de 50 pontinhos por jogos disputados, nada de
título, nem sequer de chegar perto
de uma taça internacional oficial.
O São Caetano (11º no ranking da
Conmebol para brasileiros) e o Atlético-PR (13º) contaram muito com o
sobrenatural dos mata-matas para
chegar à final da Libertadores e serem vice -nem de longe fizeram a
campanha mágica do Flu de agora.
Maior goleada em um argentino,
melhor campanha na fase de grupos
mesmo na chave da morte (nunca,
desde que o atual sistema de mata-mata foi adotado, o melhor da fase
de grupos havia ganho o sonhado caneco), algoz do São Paulo de Adriano
e do Boca Juniors de Riquelme, os
favoritos (para mim, repito aqui, era
só o gigante argentino), com requintes de heroísmo, primeiro a fazer do
Maracanã de fato uma casa copeira
na disputa... Só faltava mesmo para o
Flu ser o segundo campeão da América, na era dos mata-matas, a triunfar após perder o jogo de ida da final
por dois gols de diferença. Faltou!!!
Após mais uma partida eletrizante
(como a Série B é ruim, né Globo?),
épica, esta coluna de futebol internacional diz (contra e-mails de protesto e o vice) o que o Boca Juniors e
tantos Brasil afora dizem neste ano:
""Muito prazer, Fluminense."
MUITO PRAZER, ESPANHA
Em 44 anos, sem falar nos títulos
interclubes, no avanço da Liga espanhola e nos vices em Mundiais
sub-20 e sub-17, teve medalha de
ouro (1992), medalha de prata
(2000), Mundial sub-20 (1999) e
Mundial de futsal (2000 e 2004).
Parece a França até 1998: diziam
que não ganhava nada no futebol.
MUITO PRAZER, LDU
Ela não conseguiu ser a melhor de
sua chave, não fez a ""lição de casa"
na altitude (que incomoda tantos,
não a mim) duas vezes no mata-mata, negociou atletas em meio ao
torneio, não mostrou seu melhor
time dos últimos anos, tem futebol
peladeiro e ainda assim viu o céu.
rbueno@folhasp.com.br
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